História, perguntado por pemarcorossi, 3 meses atrás

Os relatos dos conquistadores e colonizadores espanhóis sobre o Império Inca são marcados pelo assombro frente ao "diferente", mas também pela admiração em relação aos saberes arquitetônicos, científicos, organizacionais, muitos deles desconhecidos na Europa, para além da riqueza de produtos alimentares e da beleza natural.

Contudo, ainda circulam na sociedade visões inferiorizadas ou romantizadas dos indígenas, ora vistos como "aculturados", ora descritos como "preguiçosos". Esses sensos comuns se devem, em parte, pela ausência da abordagem da história indígena nas escolas, uma situação que tem mudado, no Brasil, a partir da promulgação da Lei n.º 11.645, de 2008, que prevê a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura dos povos indígenas.

Diante disso, analise a seguinte situação hipotética.

Como professor de história dessa turma, de que forma você utilizaria a história dos incas para reverter essa compreensão dos alunos a respeito dos indígenas?

Anexos:

Soluções para a tarefa

Respondido por willdowhill
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Resposta:É importante destacar que as visões dicotônicas da História são facilmente construídas por mieo do ensino de História. Os alunos compreendem essa percepção e logo estabelecem hierarquias valorativas sobre as culturas estudadas. Pensando na ênfase conferida à história europeia e à história americana no currículo, já se tem um forte indício em relação ao que é mais ou menos importante para o aprendizado, e os alunos, ao conhecerem as sociedades e os povos indígenas pré-colombianos, tendem a compará-los com as sociedades europeias, julgando-os inferiores.

Entretanto, é possível contornar essa forma de compreensão da História pelos alunos de uma maneira geral e específica, utilizando o exemplo da sociedade inca. De maneira geral, o professor pode explicar aos alunos que a ideia de superioridade ou inferioridade, desenvolvimento ou atraso, progresso ou selvageria tem mais do que uma força explicativa, um juízo de valor, e esse juízo de valor serve para justificar certas práticas culturais e políticas. Essa comparação não tem validade histórica, porque se trata de sociedades que se desenvolveram em momentos diferentes, em locais diferentes, com recursos diferentes, a partir de parâmetros culturais diversos.

Por fim, se o professor perguntar à turma quais são os motivos que levam a compreender os europeus como "mais civilizados" que os indígenas, ele pode contrapor com exemplos das sociedades pré-colombianas, como a incaica. Os incas possuíam uma forma de organização econômica, política e social tão complexa e sofisticada que foi utilizada pelos conquistadores espanhóis. Diferentemente do que se pensa sobre os indígenas (e se homogeniza essa visão), não andavam nus. Construíram grandes obras por meio de técnicas que não conseguiram ser imitadas pelos espanhóis. Tinham outras preocupações que não o lucro, mas uma ideia de bem viver. Ou seja, ao trabalhar positivamente a imagem do indígena em sala de aula, é possível que se modifique a compreensão social em relação a essa cultura e que ela deixe de ser considerada como inferior e homogênea.

Explicação:

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