[...] Os historiadores discordam sobre a exata porcentagem de escravos na população total de Atenas no século IV, mas Moses Finley afirma que a proporção era tão grande quanto o conjunto dos estados escravocratas do sul, na América, em 1860, e que os proprietários de escravos na Grécia eram até mais amplamente distribuídos entre a população livre do que na América. A economia grega não era tão dependente da escravidão como as economias das Índias Ocidentais e do sudeste dos Estados Unidos; no entanto, Finley argumenta persuasivamente que a instituição era um elemento intrínseco à sociedade helênica. Além disso, “as cidades em que a liberdade alcançou sua expressão mais alta — mais claramente Atenas — eram cidades em que a escravidão florescia”. Assim, a história da Grécia antiga apresenta o mesmo paradoxo que deixou os americanos perplexos a partir do século XVIII: liberdade e escravidão pareciam avançar juntas. (DAVIS, 2001, p. 53-54). Considerando-se as informações do texto e os conhecimentos sobre as relações escravistas e rurais de produção na Antiguidade, na Idade Média e no Colonialismo Mercantil, pode-se afirmar: (01) As relações de produção no Feudalismo, ao estabelecerem os laços de dependência do servo ao senhor, alteraram, mas não extinguiram, as relações escravistas, que seriam retomadas e modificadas no contexto do Colonialismo Mercantil do século XVI. (02) Ser proprietário de escravos, na Grécia antiga, não indicava, necessariamente, que o indivíduo fazia parte das elites ou das camadas dominantes, bastava-lhe ser livre e cidadão. (04) A presença expressiva da escravidão, nas cidades gregas que mais cultivavam a liberdade e a democracia, constitui uma contradição quando comparada às concepções de liberdade e democracia elaboradas pelo pensamento liberal/ocidental do século XIX. (08) A expansão militar/imperialista do Império Romano, a partir do século III a.C., foi fator responsável pelo fortalecimento do caráter escravista de sua sociedade e pela dependência de sua agricultura e atividades urbanas da mão de obra escrava. (16) O trabalho escravo era indispensável à sobrevivência econômica das metrópoles colonialistas dos séculos XVI ao XIX, da mesma forma como acontecia nas sociedades escravistas das cidades gregas da Antiguidade. (32) A origem africana e a cor negra identificavam o escravo e seus descendentes tanto nas cidades gregas quanto nas colônias do Novo Mundo, o que coloca as duas experiências escravistas no mesmo processo histórico. (64) O avanço da urbanização, no Brasil Colonial, foi fator de desestímulo ao trabalho escravo, em virtude da ampliação do mercado de trabalho livre e assalariado, que atraía grande parte de componentes das classes desprivilegiadas coloniais, independente da situação civil ou da origem étnica.
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Opção 01 está correta, pois as relações escravagistas
foram alteradas com o feudalismo e retomadas com o colonialismo, usando, porem,
massivamente os negros africanos como escravos.
Opção 02 está correta, já que, na Grécia antiga não era necessário
ser da elite para possuir escravo.
Opção 04 esta correta, os ideais de liberdade foram
modificados com a ascensão do liberalismo do século XIX, que pregava liberdade para
todo homem.
Opção 08 esta correta, a expansão do império romano foi de
fato responsável pela maior utilização da mão de obra escrava, já que a expansão
do território possibilitou que muitos prisioneiros desses espaços conquistados
fossem destinados ao trabalho escravo.
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