Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas.
LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas
a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.
b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase.
c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.
d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.
e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.
Soluções para a tarefa
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Assumem funções......
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Alternativa E.
Na primeira aparição, o conectivo "mas" estabelece relação de oposição entre as frases (há uma oposição entre calor forte e vento fresco). Poderia ser substituído por "porém". Veja:
"O calor era forte no apartamento... porém o vento batendo nas cortinas..."
Na segunda aparição, o conectivo "mas" estabelece relação de adição entres as frase (ela plantara aquelas sementes e não outras). Poderia ser substituído pela conjunção "senão". Veja:
"Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, senão essas apenas."
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