Os britânicos estão aderindo em massa à filosofia dos
hippies: dos Beatles a Graham Greene, querem a liberação
dos alucinógenos e a ampliação do conceito de liberdade
de expressão a limites que nem os americanos barbudos,
do Village a São Francisco, ousaram. (…) Entre os ingleses,
Paul McCartney, um dos Beatles, é o grande favorito. – Paul
McCartney – diz Miles – está realmente criando sons novos.
É muito avançado e está, pelo menos, um ano adiante de
qualquer um de nós. A última faixa do LP Revolver, chamada
Tomorrow Never Comes, gravada pelos Beatles, é o ponto de
partida de quase todo o iê-iê-iê psicodélico que estão fazendo.
Jornal do Brasil, 23 ago. 1967.
O filósofo Luiz Carlos Maciel foi um dos grandes teóricos
e defensores da contracultura no Brasil na década de
1970. Para ele, existem dois entendimentos para o termo.
O primeiro relaciona-se com a ideia contida na reportagem
acima: um fenômeno histórico concreto e particular, cuja
origem pode ser localizada nos anos de 1960. O segundo,
por sua vez, relaciona-se com
uma rejeição às novas práticas capitalistas.
uma postura, ou até uma posição, em face da cultura
convencional, de crítica radical.
um posicionamento que eleva a cultura de maneira a
respeitar a moral vigente.
uma ideologia que enxerga a cultura a partir de um viés
político-econômico.
uma crítica ao fortalecimento de manifestações niilistas
no mundo ocidental.
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O posicionamento que eleva a cultura convencional
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