Oque faz uma casa de pilão nos quilombos?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Porto dos Pilões é uma comunidade quilombola localizada no estado de São Paulo, no município de Iporanga, na região do Alto Ribeira. A comunidade é formada por 51 famílias e sua área era de aproximadamente 6.222,30 ha (hectares), até 2001, quando as terras foram tituladas com 5.925,99 ha. O nome da comunidade Pilões é originário das pedras do rio, que tinham muitos buracos, assemelhando-se a um pilão. O bairro é conhecido como Porto dos Pilões, pois era ali onde desembarcavam mercadorias para a sede das fazendas que utilizavam mão-de-obra escrava.
O quilombo Porto dos pilões localiza-se no estado de São Paulo, no município de Iporanga, na região do Alto Ribeira.
História
Relatos de moradores dizem que, no século XVII, moravam senhores brancos com seus escravos na região onde se encontra hoje a comunidade de Porto dos Pilões. Nesse primeiro momento, essa ocupação era devido à mineração dessa região, feita pelos escravos. Segundo moradores, os brancos saíram em busca de riquezas em outras regiões e os antigos escravos continuaram nas terras, se organizando de maneira cooperativa e solidária, para formar a comunidade quilombola.
Sofreram ocupação durante dois ciclos econômicos que passaram pela região, do ouro e da cultura de arroz e cana-de-açúcar.
A história do Vale do Ribeira e da formação das comunidades quilombolas remanescentes são paralelas. Contemporaneamente essa história é apresentada através das mudanças no modo tradicional de vida dessas comunidades a partir das intervenções do Estado na questão fundiária, na política de instalação de usinas hidrelétricas no curso do rio e na formulação de políticas ambientais, todas interferindo nas relações sociais das territorialidades tradicionais das comunidades do Vale do Ribeira.
A formação histórica das comunidades quilombolas no Vale do Ribeira deu-se a partir da decadência da atividade mineradora na região, viabilizando o assentamento de escravos libertos em terras livres da ocupação branca. Durante esse período, negros de várias procedências, principalmente das grandes fazendas locais, assentaram-se como camponeses livres em suas terras, dando origem a grande parte dos atuais quilombos.
Cosmologia e Religiosidade
A religião oficial do quilombo é a católica, devido a influência de padres em sua história. Segundo relatos de moradores, todos eram católicos e faziam terços, todos os anos um padre vinha rezar a missa com eles. Mais tarde foi criada uma capela, que em 1983 foi substituída por uma igreja de alvenaria.
Aspectos Culturais
Os moradores tradicionais não usavam sapato e remédios industrializados, seus métodos de cura incluíam raízes, ervas e também simpatias.
Os defuntos eram levados ao bairro de Ivaporunduva de canoa e lá eram enterrados, mas devido às enchentes e às longas viagens necessárias foi construído um cemitério na comunidade.
Conhecimento tradicional
Utilizam seus conhecimentos tradicionais nas áreas de uso múltiplo onde ocorrem as formas mais intensivas e permanentes de uso do solo, tais como: habitações, hortas, pomares domésticos, áreas de pastagens formadas, áreas de culturas perenes, roças e criações de animais de pequeno porte.
Das várias espécies tradicionalmente cultivadas, apenas algumas necessitam de um trabalho coletivo, outras necessitam de auxílio externo, sendo realizadas exclusivamente pelo grupo doméstico, que é onde se enquadra o plantio da mandioca e do feijão, que possuem ciclos peculiares para suas colheitas.
Situação territorial
A ocupação em Pilões está relacionada à existência de escravos na antiga Fazenda Santana desde 1844 e que constituíram os troncos familiares Rodrigues da Silva, Dias, Batista, Costa, Santos, Pedroso, Gonçalves, Oliveira, Machado e Antunes.
O início da ocupação da região do Porto dos Pilões foi marcado pro extrema violência, não apenas relacionada à atividade garimpeira, mas também da resistência negra à situação escravista, revelada em rebeliões, mortes, fugas e formações dos quilombos.
As terras de Porto dos Pilões foram parcialmente tituladas em 2001 pelo governo do Estado de São Paulo com 5.925,99 hectares, área correspondente a 95% do território total da comunidade.
O Incra abriu processo para regularizar as terras de Porto dos Pilões, porém, até maio de 2007, nenhuma providência havia sido implementada.
O uso do espaço engloba: áreas de uso comum, de extrativismo, áreas de preservação ambiental (parque estadual).