Oque eram os sambaquis e quais eram suas funções?
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São enormes montanhas erguidas em baías, praias ou na foz de grandes rios por povos que habitaram o litoral do Brasil na Pré-História. Eles são formados principalmente por cascas de moluscos – a própria origem tupi da palavra sambaqui significa “amontoado de conchas”. Mas essas elevações também contêm ossos de mamíferos, equipamentos primitivos de pesca e até objetos de arte, num verdadeiro arquivo pré-histórico. Os arqueólogos calculam que existam milhares de sambaquis espalhados pela costa do país. Os mais antigos nasceram há cerca de 6 500 anos. Não se sabe ao certo o que levou nossos ancestrais a construírem essas curiosas montanhas. Durante muito tempo, pensou-se que elas eram formadas apenas por restos de alimentos, uma espécie de lata de lixo da pré-história. Mas uma investigação mais detalhada revelou que, além de vestígios de comida, havia muitos esqueletos nos sambaquis, levando especialistas a acreditarem que boa parte deles era também cemitério.
O tamanho das elevações mostra ainda que os sambaquis serviam como monumentos para identificar o grupo que habitava uma determinada região. Estudando essas construções, os pesquisadores conseguem montar um retrato dos homens pré-históricos do litoral brasileiro. “Os restos de peixes e moluscos indicam que eles eram pescadores e coletores. E, como certos sambaquis eram erguidos ao longo de mil anos, descobrimos que a maioria dos grupos era sedentária e não nômade, como se pensava antes”, diz o arqueólogo Paulo DeBlasis, da Universidade de São Paulo (USP). Decifrar o destino dessas comunidades ainda é um desafio. Provavelmente, elas foram eliminadas ou se misturaram às culturas tupi-guaranis que avançaram do norte e do sul do país rumo ao litoral, por volta do início da era cristã. As incertezas continuam, em grande parte, porque muitos sambaquis foram destruídos ou estão em péssimo estado de conservação.
“Desde o século 16, as camadas de conchas são removidas para a fabricação de cal. A devastação piorou com a abertura de estradas e o crescimento das cidades litorâneas a partir da década de 1960”.
O tamanho das elevações mostra ainda que os sambaquis serviam como monumentos para identificar o grupo que habitava uma determinada região. Estudando essas construções, os pesquisadores conseguem montar um retrato dos homens pré-históricos do litoral brasileiro. “Os restos de peixes e moluscos indicam que eles eram pescadores e coletores. E, como certos sambaquis eram erguidos ao longo de mil anos, descobrimos que a maioria dos grupos era sedentária e não nômade, como se pensava antes”, diz o arqueólogo Paulo DeBlasis, da Universidade de São Paulo (USP). Decifrar o destino dessas comunidades ainda é um desafio. Provavelmente, elas foram eliminadas ou se misturaram às culturas tupi-guaranis que avançaram do norte e do sul do país rumo ao litoral, por volta do início da era cristã. As incertezas continuam, em grande parte, porque muitos sambaquis foram destruídos ou estão em péssimo estado de conservação.
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