Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Obras, 1996.)
Nesse soneto, são comuns as inversões, como se vê no verso – Quanto pode dos anos o progresso! – que, em ordem direta, assume a seguinte redação:
A-Quanto dos anos o progresso pode! B-O progresso quanto pode dos anos!
C-Pode quanto dos anos o progresso! D-Quanto o progresso dos anos pode! E-Pode quanto o progresso dos anos!
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Gosto da redação da d.
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