História, perguntado por jamillyg76, 9 meses atrás

o texto para discussão é possível superar o autorismo​

Soluções para a tarefa

Respondido por dasdasdsadasdad
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Resposta:

No passado, a elite cultural latino-americano registrou frequentemente a força

do patrimonialismo e a ineficácia da liberal-democracia. Sem negar ambas as

tendências, eu penso que a consciência critica da situação deve levar as analises mais

longe. É preciso meditar não apenas sobre o processo político tal qual ele ocorre, mas

sobre como nos parece que ele deve vir a ser. Dessa forma, a identificação de forças

virtuais de inconformismo com respeito à tendência “natural” ao burocratismo e a

apatia, especialmente entre as massas urbanas, e a reafirmação de ideais capazes de

contraporem-se ao rolo compressor da “falta de tradução urbana” ou da “tendência ao

compromisso” torna-se essencial para uma possível dinamização da vida política. A

ativação da sociedade urbano-industrial requer, mais do que nada, a substituição da

ideologia do compromisso por outra que rotinize o conflito e que permita legitimar

socialmente a ideia de que sem movimento, luta e tensão será impossível fazer uma

genuína transformação política. Para que as transformações sociais não se estiolem numa pseudo-reforma das

estruturas controladas por elites que se pensam iluminadas pela técnica e pela ciência (

risco inerente às “reformas burguesas”, mas não ausente nas reformas socialistas) é

preciso que “nossa revolução” venha de baixo, como há quase 40 anos dizia um escritor

brasileiro ao fazer a critica ao fascismo nascente daquela época.

Sem a reativação das bases populares e sem uma ideologia antiburocrática

baseada na responsabilidade individual e na consciência das necessidades sociais, o

salto do patrimonialismo ao corporativismo tecnocrático pode levar os povos latino-

americanos a reviver na “selva das cidades” a barbárie tão temida pelos socialistas do

século XIX. Se não houver a reativação da sociedade por meio de vigorosos

movimentos sociais, forçando a participação política e a definição de novas formas de

controle das empresas, das cidades, do Estado e das instituições sociais básicas, há o

risco da criação de um horroroso mundo novo que substituirá a cidade – antigo foro da

liberdade –por “Alphavilles” plenamente aparelhados, através da tecnologia das

comunicações de massa e da apatia, para reproduzir um estilo de “sociedade

congelada”.

(Fernando Henrique Cardoso. Autoritarismo e democratização. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 1975. p. 162-3)

Explicação:

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