O texto abaixo é um trecho das memórias escritas pelo monarca francês Luís XIV, constituindo uma im-portante fonte histórica do período, sobre as bases do Estado centralizado e sobre a atuação do monarca.Leia-o e responda às questões propostas.Informado de tudo, escuto os meus súditos mais humildes; conheço a todo o momento o número e a quali-dade das minhas tropas, bem como a situação das minhas praças; dou incessantemente as minhas ordenspara todas as suas necessidades; trato imediatamente com os ministros estrangeiros; recebo e leio osdespachos; redijo, eu mesmo, uma parte das respostas e passo aos meus secretários o cerne das demais;regulo os ingressos e os gastos do meu Estado; faço com que me prestem conta diretamente aqueles aquem coloco nos cargos importantes; conduzo os meus negócios de forma tão secreta quanto nenhumoutro tinha feito antes de mim; distribuo as graças pelo meu próprio critério e conservo, se não me engano,aqueles que me servem, embora favorecidos com benefícios, destinados a eles mesmos e aos seus, dentrode uma modéstia muito longínqua da elevação e do poder dos primeiros ministros. [...].A tranquilidade dos súditos só se encontra na obediência. [...] Sempre é menos ruim para o públicosuportar do que controlar incluso o mau governo dos reis, do qual Deus é único juiz. Aquilo que os reisparecem fazer contra a lei comum funda-se, geralmente, na razão de Estado, que é a primeira das leis,por consentimento de todo mundo, mas que é, no entanto, a mais desconhecida e a mais obscura paratodos aqueles que não governam.(LUÍS XIV, Rei da França. Memorias. (Versão espanhola de Aurelio Garzón del Camino).México: Fondo de Cultura Económica, 1989. p. 28-37.)a) Partindo da leitura do primeiro parágrafo do texto, explique a expressão atribuída ao monarca Luís XIV:“o Estado sou eu”.b) Segundo as palavras de Luís XIV, qual o único juiz que poderia julgar um rei?c) Explique que papel Luís XIV atribuía aos súditos no trecho citado acima.d) De acordo com Luís XIV, de que maneira a chamada “razão de Estado” legitima e justifica as ações dorei?e) Referindo-se à razão de Estado, Luís XIV afirma que ela “é, no entanto, a mais desconhecida e a maisobscura para todos aqueles que não governam”. Como você interpreta isso?
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a) O Estado era Luís XIV porque nele se concentravam todos os poderes (à época do iluminismo identificados como legislativo, judiciário e executivo), o rei sendo onipotente por direito divino.
b) Deus, o próprio.
c) Os súditos deviam obediência ao rei, sendo submissos.
d) Só o rei conhece os propósitos do Estado e suas funções, só o rei tem acesso à razão, e o povo, ignorante, deve acatar todos os mandos do rei.
e) Luís XIV mantém o domínio do poder e do "conhecimento", porque sabidamente o conhecimento traz poder, e ao declarar que esse tipo de poder é exclusivo ao rei, exclui os súditos de tal posição, legitimada pelo esclarecimento divino concedido somente ao rei.
b) Deus, o próprio.
c) Os súditos deviam obediência ao rei, sendo submissos.
d) Só o rei conhece os propósitos do Estado e suas funções, só o rei tem acesso à razão, e o povo, ignorante, deve acatar todos os mandos do rei.
e) Luís XIV mantém o domínio do poder e do "conhecimento", porque sabidamente o conhecimento traz poder, e ao declarar que esse tipo de poder é exclusivo ao rei, exclui os súditos de tal posição, legitimada pelo esclarecimento divino concedido somente ao rei.
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