O rei passa a concentrar enormes poderes
Reverter a descentralização política vivida na Idade Média não foi fácil para os reis europeus, pois o
controle sobre o território exigia uma série de recursos e bastante apoio político Dessa forma, cada país
teve seu próprio desdobramento em um processo gradual de centralização do poder
Para investigar e entender as características gerais desse fenômeno de centralização, leia o texto do
historiador gaúcho Cleber Cristiano Prodanov. Ele ajudará a estabelecer as ligações entre os vários
elementos citados anteriormente.
A centralização do poder
(...) Anteriormente falamos que a Época Moderna se caracteriza, entre outras coisas, pela transição do feudalismo
para o capitalismo. Transição não pressupõe necessariamente crise, mas uma instabilidade causada pela mudança e
pela convivência de elementos do novo modo de vida com elementos do velho.
Começa um fenômeno de aproximação entre o rei, figura que durante a Idade Média possuía uma grande limitação
de ação por depender da nobreza feudal, e a burguesia comercial
Essa burguesia das cidades pode financiar a organização de Estados centralizados, através do surgimento de
funcionários reais remunerados - que exercem funções burocráticas - e a formação de exércitos nacionais permanentes.
Orei, gradativamente, passa a ser detentor do poder do Estado. Financiando essa sua posição, a burguesia acaba
tirando proveito da centralização política.
A centralização permite aos produtos (como os tecidos na região de Flandres) e moedas (como o franco na França)
transformarem-se em objetos nacionais. A fatia da burguesia é garantida pelo rei, que unifica o sistema tributário, o
monetário, extingue as barreiras alfandegárias internas e protege esse mercado da ação estrangeira. Essas práticas de
maior intervenção do Estado na economia receberão, em seu conjunto, o nome de mercantilismo.
A centralização varia muito de Estado para Estado. Sua evolução também é muito diferenciada, havendo lugares
onde o poder do rei ao longo de dois séculos torna-se ilimitado e despótico, nem sempre com o aval dessa mesma
burguesia que o apoiara inicialmente.
Esse processo de concentração do poder e de seus mecanismos de regulamentação nas mãos do rei é
importantíssimo para a formação dos Estados Nacionais e recebe o nome de absolutismo.
Absolutismo e mercantilismo são dois parceiros que andarão juntos durante a Idade Moderna, até que a burguesia
deixe de apoiar o rei e sua politica e torne-se revolucionária. Assim, junto ao mercantilismo, pode-se observar sempre
o absolutismo e também a trajetória de crescimento de uma classe social da maior importância para a época moderna
e para o advento do capitalismo, a burguesia.
A burguesia surge das trocas e do comércio dentro das e entre as cidades, nas caravanas e nas feiras da idade
Média. Aos poucos vai acumulando riquezas que lhe permitirão evoluir de uma situação secundária durante o
absolutismo, até se tornar detentora do poder econômico e politico, com o advento das revoluções burguesas.
Logicamente, não é toda a burguesia que terá essa participação, mas uma parcela relativamente diminuta, composta
pela alta burguesia, em sua maioria banqueiros e grandes comerciantes.
(Cleber Cristiano Prodanov O mercantilismo e a América. São Paulo: Contexto, 1998, p. 14-15-16.
Soluções para a tarefa
Resposta:
1)A burguesia passa a financiar a organização dos novos Estados centralizados em troca de favores políticos. Assim foi possível ao Estado ter recursos para manter certo número de funcionários reais remunerados, com funções burocráticas, e formação de exércitos permanentes, criando condições para garantir o poder do rei.
2)As vantagens obtidas pelos reis foram a cobrança de imposto sobre os burgueses, aumentando ainda mais a soberania real, e vantagens obtidas pela burguesia foram a maior segurança (proporcionada pelos soldados do rei).
3)A centralização política pode ser compreendida como uma forma de organização política que centraliza o poder. Como o próprio significado da palavra indica, centralização corresponde ao ato ou efeito de centralizar. A centralização política, portanto, representa um processo de centralização das tomadas de decisão.
ESPERO TER AJUDADO.