o que significa anomia social para Durkheim
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Émile Durkheim teorizou o conceito da Anomia em seus livros “A divisão do trabalho social” e “O suicídio”, nos quais ele define o termo como uma condição em que as normas sociais e morais são confundidas, pouco esclarecidas ou simplesmente ausentes. Durkheim diz que mudanças bruscas e repentinas na sociedade fazem com que as normas, antes já estabelecidas e satisfatórias, tornem-se obsoletas.
Émile Durkheim, Merton e a Anomia
Sob a tensão de mudanças repentinas, regras sociais falham em manter a uniformidade com atitudes e expectativas, consequentemente, quando estabelecidas de forma inapropriada resultam no desprezo por todas as outras regras. Logo, a intensa frustração e ansiedade desenvolvem-se no homem enquanto o mesmo procura satisfação. O descontentamento espalha-se pela sociedade e produz um estado geral de anomia: falta de clareza, crueldade e desorientação pessoal.
Robert K. Merton deu continuidade à ideia de Durkheim mostrando que os indivíduos intensificam a anomia quando eles abandonam as normas usadas para satisfazer seus desejos. Merton diz que a anomia (desagregação normativa) e comportamentos inadequados derivam de uma disfunção entre ‘‘aspirações culturalmente prescritas’’ de uma sociedade e um ‘‘caminho socialmente estruturado para a realização dessas aspirações”. Por exemplo, um empresário que cumpre com a lei decide armar uma emboscada para eliminar um competidor mais eficiente através de um incêndio, ele começa a cortar suas conexões com outros membros da sociedade, aumentando assim sua ansiedade e isolamento.
Marx e a alienação
Em meados de 1840, Karl Marx descreveu a alienação social enquanto desenvolvia a filosofia do comunismo. Ele acreditava que os males do trabalho assalariado separavam o homem dos outros homens e, eventualmente, de si próprio. A troca em dinheiro causa uma desumanização do individuo. Ou seja, reduz o homem ao nível de objetos intercambiáveis.
Marx relata que “a classe dominante e o proletariado representam a mesma auto-alienação”. Mas a primeira sente-se satisfeita com essa auto-alienação e experimenta a alienação como um sinal de seu próprio poder, possuindo-a na aparência de uma existência humana. No entanto, o proletariado sente-se destruído nessa alienação, vendo-a como sua própria impotência e a realidade de uma existência desumana. Por fim, essa transformação nos leva a ver o homem e a natureza como coisas a serem manipuladas. O resultado dessa perspectiva é a dor psicológica da isolação total dos outros e da natureza.
Como podemos ver, a interpretação promovida por Émile Durkheim de anomia possui similaridades com as interpretações da anomia de Merton e da alienação descrita por Marx. Podemos encontrar similaridades nos aspectos de isolamento e desorientação entre Marx e Durkheim. Enquanto a alienação relaciona-se com o dinheiro, o seu papel no estilo de vida do proletariado e como isso mantém a classe dominante no poder, a anomia lida com as atitudes e expectativas da sociedade, pessoas resistindo a estilos de vida normais e saudáveis, ao invés de serem forçados a situações como, por exemplo, a alienação.
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