o que sao cantigas provençais
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A expressão "poesia trovadoresca" é utilizada para designar as composições em verso produzidas na península ibérica, entre os finais do século XII e meados do século XIV . Trata-se de um conjunto de cerca de 1600 cantigas de carácter profano, a que poderemos acrescentar cerca de 400 poemas de conteúdo religioso. Esses poemas foram reunidos em cancioneiros diversos, tendo chegado até nós três deles. O mais antigo, provavelmente uma cópia do século XIV, é o chamado Cancioneiro da Ajuda. Conhecem-se outros dois, posteriores e mais completos, o Cancioneiro da Biblioteca Nacional e o Cancioneiro da Vaticana, ambos cópias feitas no século XVI, em Itália, a partir de um manuscrito mais antigo.> Apesar de escrita em galaico-português , não se trata de uma poesia estritamente portuguesa e galega, mas sim peninsular, uma vez que os cerca de 150 trovadores e jograis que as produziram eram oriundos de diversas regiões da península. Esses trovadores eram geralmente nobres, enquanto os jograis , que cantavam as cantigas nas feiras, romarias e até palácios, eram de origem popular.
Nesses cancioneiros encontramos cantigas de amigo , em que o sujeito poético é uma donzela que exprime os seus sentimentos amorosos pelo amado (amigo), e cantigas de amor , nas quais o poeta dá expressão ao seu amor por uma dama. Há também cantigas de escárnio e maldizer ; de carácter satírico, como o nome indica, distinguindo-se pelo facto de as primeiras não nomearem directamente a pessoa a que se referem, o que acontece no segundo grupo.
Origem do lirismo trovadoresco
Ao longo dos anos tem-se discutido muito a questão da origem desta poesia, tendo sido propostas várias explicações, nenhuma delas aceite de forma unânime. Alguns insistiram na origem popular: estas cantigas mais não seriam do que a apropriação de formas e temas populares por parte dos poetas. Outros quiseram fazê-las herdeiras da poesia em latim produzida por clérigos durante a Idade Média. Houve quem defendesse a sua dependência de formas poéticas moçárabes. Outros ainda pretenderam que ela teria surgido na península por simples imitação da poesia provençal (sul da França). Qualquer destas teses, se tomada em exclusividade, é radical e insuficiente para explicar o fenómeno. A posição mais consensual defende a acção combinada de todas essas influências . Na verdade, a arte reflecte sempre a sociedade que a produz, com a sua diversidade e as suas contradições. Mesmo quando uma influência externa é evidente, há sempre um processo de adaptação à realidade local, que passa pela integração de elementos autóctones ou anteriormente absorvidos. No caso da poesia trovadoresca é visível a presença de duas tradições poéticas que, de certo modo, se fundiram. É evidente que as cantigas de amigo, pela singularidade do sujeito poético feminino, pelo ambiente doméstico e rural que as caracteriza, pela sua estrutura paralelística, manifestam uma origem popular . Já as cantigas de amor reflectem claramente a influência provençal É sensato imaginar que o início deste surto poético entre a nobreza peninsular tenha surgido por influência da literatura provençal. Os contactos da península com a França eram mais intensos do que se poderia imaginar: a luta contra os mouros trouxe à península ibérica nobres franceses (o pai de Afonso Henriques, por exemplo); Santiago de Compostela era um dos principais centros de peregrinação e a ele acorriam, não apenas cristãos da península, mas também do resto da Europa; a corte portuguesa tinha relações intensas com a corte de Aragão, junto à Provença; o futuro rei Afonso III passou vários anos em França, na região de Bolonha. E uma vez iniciado o processo, a lírica popular acabou por ser também assimilada pelos trovadores, cruzando-se as duas influências, de tal modo que aspectos característicos das cantigas de amigo aparecem nas cantigas de amor e vice-versa.
Nesses cancioneiros encontramos cantigas de amigo , em que o sujeito poético é uma donzela que exprime os seus sentimentos amorosos pelo amado (amigo), e cantigas de amor , nas quais o poeta dá expressão ao seu amor por uma dama. Há também cantigas de escárnio e maldizer ; de carácter satírico, como o nome indica, distinguindo-se pelo facto de as primeiras não nomearem directamente a pessoa a que se referem, o que acontece no segundo grupo.
Origem do lirismo trovadoresco
Ao longo dos anos tem-se discutido muito a questão da origem desta poesia, tendo sido propostas várias explicações, nenhuma delas aceite de forma unânime. Alguns insistiram na origem popular: estas cantigas mais não seriam do que a apropriação de formas e temas populares por parte dos poetas. Outros quiseram fazê-las herdeiras da poesia em latim produzida por clérigos durante a Idade Média. Houve quem defendesse a sua dependência de formas poéticas moçárabes. Outros ainda pretenderam que ela teria surgido na península por simples imitação da poesia provençal (sul da França). Qualquer destas teses, se tomada em exclusividade, é radical e insuficiente para explicar o fenómeno. A posição mais consensual defende a acção combinada de todas essas influências . Na verdade, a arte reflecte sempre a sociedade que a produz, com a sua diversidade e as suas contradições. Mesmo quando uma influência externa é evidente, há sempre um processo de adaptação à realidade local, que passa pela integração de elementos autóctones ou anteriormente absorvidos. No caso da poesia trovadoresca é visível a presença de duas tradições poéticas que, de certo modo, se fundiram. É evidente que as cantigas de amigo, pela singularidade do sujeito poético feminino, pelo ambiente doméstico e rural que as caracteriza, pela sua estrutura paralelística, manifestam uma origem popular . Já as cantigas de amor reflectem claramente a influência provençal É sensato imaginar que o início deste surto poético entre a nobreza peninsular tenha surgido por influência da literatura provençal. Os contactos da península com a França eram mais intensos do que se poderia imaginar: a luta contra os mouros trouxe à península ibérica nobres franceses (o pai de Afonso Henriques, por exemplo); Santiago de Compostela era um dos principais centros de peregrinação e a ele acorriam, não apenas cristãos da península, mas também do resto da Europa; a corte portuguesa tinha relações intensas com a corte de Aragão, junto à Provença; o futuro rei Afonso III passou vários anos em França, na região de Bolonha. E uma vez iniciado o processo, a lírica popular acabou por ser também assimilada pelos trovadores, cruzando-se as duas influências, de tal modo que aspectos característicos das cantigas de amigo aparecem nas cantigas de amor e vice-versa.
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