O que reduzeria o racismo no futebol?por que?
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Resposta:
racismo, o preconceito e a homofobia ainda são alguns dos problemas mais graves da nossa sociedade. E esses problemas também se fazem presentes no esporte. É sobre esse e outros assuntos que Luiz Ferreira conversou com o diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho. Confira a entrevista.
Brasil de Fato: Marcelo Carvalho, nós temos acompanhado o aumento do número de cacos de racismo, principalmente nos jogos da Copa da Libertadores da América, você pode fazer um panorama para a gente?
Marcelo Carvalho: Os casos de racismo na Libertadores vêm aumentando significativamente. Por exemplo, nos nossos números, nós temos monitorado 22 casos de racismo em torneios da CONMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol) desde 2014 e 8 desses casos aconteceram em 2018. Já são 8 denúncias de racismo em competições da CONMEBOL só neste ano.
Na sua opinião, por que isso acontece? Por que as pessoas ainda são racistas?
Sem falar na questão do racismo no futebol, no Brasil, a gente ainda trata a questão do racismo de uma forma "não-concreta". A gente fala de racismo, mas não vemos campanhas, ações por parte do governo de combate ao racismo e de penalização. Muitos casos que a gente têm no Brasil caem como injúria racial que é um crime que, diferente do racismo que é inafiançável, a injúria não é. A maioria dos casos caem nessa esfera e acaba que não temos ninguém preso por racismo.Temos acompanhando um pouco os casos da América do Sul, a questão do racismo não é tratada da maneira devida. A gente não tem, falando de futebol agora, punições para atos racistas no continente. Dos 22 casos, tivemos punição em apenas 3 deles. É muito pouco. E nós tivemos diversos países sul-americanos punidos pela FIFA (Federação Internacional de Futebol) por gritos homofóbicos e nenhuma ação de combate ou prevenção por parte da CONMEBOL . Ao contrário, ela foi à FIFA pedir para que as confederações não fossem punidas por que a homofobia é uma questão cultural de cada país. O que eu vejo é que não existe uma vontade política das entidades de combater o racismo no futebol.