O quê motivou a construção do Porto de Santos?
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A construção – O período 1891/1909 marca a realização das primeiras obras. Os primeiros 100 metros de cais foram concluídos ainda em 1891, mas o tráfego foi inaugurado apenas em fevereiro de 1892, ano em que o movimento geral alcançou 124.739 toneladas. E as obras continuaram, destacando-se cada vez mais o empreendimento, que em 1909, com o crescimento da produção cafeeira (a principal responsável pelo movimento do porto), já contava com 4.720 metros de cais e registrava a saída de 13.130.933 sacas, a maior exportação de café da história do porto.
Demonstrando a firmeza da economia do Planalto Paulista no início do século, o porto – que movimentara mais de 500 mil toneladas de carga cinco anos após a inauguração do primeiro trecho – já em 1901 ultrapassava um milhão de toneladas, para chegar em 1913 a mais de dois milhões, demonstrando um desenvolvimento contínuo até as vésperas da Primeira Guerra Mundial.
Em 1909, o café sozinho foi responsável ainda com 787.856 toneladas, por 95,8% do movimento do porto santista, proporção que predominou por mais uma década ainda.
O próprio movimento de importação é reflexo das cambiais fornecidas pelo café exportado, e em 1909 a exportação global pelo porto correspondia a 53,5% do movimento geral.
Nos pouco mais de 4,5 km de amurada de acostamento, com os respectivos pátios de movimentação de cargas havia já 26 armazéns internos, um armazém frigorífico, 23 pátios cobertos com um total de 64.500 metros quadrados de capacidade; 15 armazéns externos com 122.000 metros quadrados de capacidade; dois tanques para óleo combustível com a capacidade de 17.500 metros cúbicos e 38.300 metros de linhas férreas e desvios.
[02] – Primeira Guerra Mundial –Na segunda fase considerada, entre 1910 e 1928, a extensão do cais não se alterou. Foi uma época de depressão econômica, causada pela guerra de 1914/19. Foi destruído o equilíbrio entre importações e exportações: a relação importação/exportação, às vésperas da guerra, demonstrava um volume de descargas 2,33 vezes superior ao das saídas.
Foi também um período de queda no coeficiente de utilização do cais, principalmente como reflexo imediato da primeira grande expansão do cais: passou de uma média de 464 toneladas/metro/ano em 1913 para 337 em 1920. Contribuíram para esses índices a guerra, particularmente nos seus dois últimos anos, e a grande geada que prejudicou a colheita do café em 1918.
A década de 20 foi caracterizada entretanto por uma euforia econômica em função dos altos preços do café, motivando reservas de cambiais para produtos importados e acarretando o sensível aumento do tráfego importador. Com 200 mil metros quadrados de armazéns e pátios de estocagem, mais que o dobro da estrutura existente em 1910, o porto contava então com ampla hinterlândia, que, além do interior do Planalto Paulista, penetrava pelo Sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro, Sul de Goiás e do Mato Grosso e Norte Velho do Paraná. Em 1928, o movimento de cargas foi de 3.183.809 toneladas.
[03] – Ilha de Barnabé – O período 1929/1930 marca a construção da área para produtos inflamáveis na Ilha de Barnabé, aumentando a extensão do cais para 5.021 metros e livrando Santos dos perigos decorrentes da movimentação de inflamáveis e explosivos.