Artes, perguntado por mincardoso21, 10 meses atrás

o que é uma performance sonora

Soluções para a tarefa

Respondido por GSBAnitter
132
que eu saiba
performance sonora vc se expressa de varias maneiras, e nela vc pode expressar tudo aquilo que vc tiver
Respondido por joaonanteslara
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O artigo estuda e conceitua performance sonora cultural, objeto de estudo de minha investigação intitulada: Performances sonoras- uma escuta do cotidiano goianiense. Para tanto, embasamos teoricamente em autores como Richard Schechner (1985, 2002, 2003, 2006); Erving Goffman (1986, 2001, 2011, 2012); Victor Turner (1974, 1988, 1982, 2008); Robson Camargo (2011); Marvin Carlson (2010); Michel Chion (2008); Raymond Murray Schafer (1991, 2001); Renato Cohen (2002), Jose Miguel Wisnik (1989); Sainy Veloso (2013, 2014), Roland Barthes (1990), Michael de Certeau (1996). Discorremos a respeito das definições existentes a respeito dos conceitos de performances culturais e de performance art para circunscrever  performance sonora cultural.

Nosso objetivo é escutar, identificar, investigar e elencar alguns dos ruídos sonoros cotidianos existentes na cidade, os quais constituem territórios sonoros em Goiânia. Especificamente, ruídos emitidos por indivíduos que habitam a cidade e produzem sons cotidianos ao falar, andar, dirigir seus carros, pegar ônibus, fazer compras, comer e todas as demais atividades que realizam cotidianamente no contexto social. Esses sons constituem a performance cultural goiana à medida em que memórias, gestos, falas, modos e maneiras de agir e reagir, uso dos objetos e de máquinas fazem parte de um modo de ser e viver culturalmente. Assim, os sons das cidades as diferenciam e as aproximam em seus múltiplos e diversos fazeres.

A partir do método etnográfico, buscamos sublinhar alguns perfis das sonoridades dos locais investigados, posteriormente comparados, a fim de que, segundo Martin W. Bauer (2008), seja possível estabelecer medidas para as vidas coletivas e o significado dos ruídos para as diferentes comunidades. Tais recomendações coexistem com os ensinamentos da interação social do método etnográfico, no que se refere à produção de conhecimento sobre a “realidade”. Para o contato direto com essa realidade, enveredei-me no espaço público da cultura goianiense para explorar, coletar e registrar sons, ruídos, silêncios, além de observações e registros detalhados em diário de campo.

Consciente ou inconscientemente apreendemos os hábitos e modos de nossos parceiros, agimos por imitação, criamos e reconhecemos sons tradicionais, aprendemos o sotaque de uma língua por transmissão oral de nossos pais e membros da cultura em que vivemos. Então, quando nos expressamos sonoramente, estamos produzindo performances que nos identificam com determinado grupo cultural.

Não obstante os indivíduos perceberem sons de diferentes maneiras e de forma individual, eles partilham de uma memória auditiva comum dentro de um mesmo grupo, em uma mesma cidade. Na cidade de Goiânia, por exemplo, um indivíduo percebe e vivencia esse espaço citadino e suas sonoridades diferentemente dos indivíduos de outros grupos culturais em cidades brasileiras. É, pois no contexto da realidade social que os sons e suas apreensões ocorrem. Cada cidade têm seus sons específicos. Dessa maneira, os sons de uma cidade como Goiânia não são os mesmos como a cidade do Rio de Janeiro, ainda que as diferentes experiências, representadas corporalmente, através de ações cotidianas sejam constitutivas de performances culturais.

Como produtos de ambientes sonoros culturais, os sons são também percebidos e interpretados por uma audiência que recebe informações audíveis e as interpreta, dando a estas um caráter sígnico ou simbólico, segundo sua experiência cultural audível. Nessa vastidão de sons não se pode dizer que esse ambiente “ruidoso” é neutro de sentidos.

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