História, perguntado por crisalmeida43, 9 meses atrás

o que é economia pensando em poderes econômico​

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Respondido por baiano66
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Resposta:

As distorções no processo eleitoral brasileiro têm uma longa história. O voto de cabresto — largamente engendrado nos currais da República — sempre pesou nos resultados das nossas eleições. Coronéis e manda-chuvas, latifundiários e donos de cartórios, sempre estiveram a serviço das forças mais conservadoras e atrasadas, manipulando de todas as formas a verdadeira opinião do eleitorado.

De 64 para cá, com o regime militar, as aberrações no processo eleitoral foram aperfeiçoadas, de modo que o resultado dos pleitos não espelhasse a vontade popular. A excreta "Lei Falcão" — fina-flor daquele pântano de anteontem — conseguiu reduzir a informação ao mais informe exercício de ridículo.

Se hoje estamos livres das artimanhas de grosso calibre, da truculência descarada da legislação de exceção, isto não significa que tenhamos um avanço consolidado em matéria de eleições. As conquistas recentes, das quais falaremos a seguir, deixam escapar alguns aspectos fundamentais para o disciplinamento da matéria.

Num primeiro lance, podemos constatar a insuficiência orçamentária do TSE e dos TRE, fato que praticamente inviabiliza a ação desses organismos. Como resultante imediata dessa subdotação, temos a questão do transporte do eleitorado, notadamente nos recantos de acesso complicado do Brasil rural. Este dado acaba por gerar uma situação ambígua, que deságua, inevitavelmente, na burla da legislação. E, assim, nos caminhões "doados" aos candidatos, para transporte de eleitores, bem por debaixo dos toldos de encerado, tudo acaba rolando solto: sanduíches, propinas e promessas de todo jeito.

Outra discussão relevante está embutida na conversão do poder político em poder econômico. Sobram evidências de que os orçamentos públicos, em múltiplas circunstâncias, são comprometidos em "obras" de perfil nitidamente eleitoreiro. Os detentores do status quo, na ânsia de angariarem a simpatia dos cidadãos votantes, despejam recursos em projetos duvidosos, priorizando o secundário e postergando o urgente.

Neste mesmo viés — e como ainda é pantanoso esse terreno! — instalam-se "caixinhas" e mutretas mil, sempre escudadas nos desmentidos contumazes dos chefes e dos chefetes. Para se contrapor a esse expediente, vale a voz da sociedade civil organizada, das entidades de classe, dos sindicatos e de todos aqueles que se engajem na denúncia das distorções.

O acesso aos meios de comunicação de massa continua problemático. No período que antecede ao horário gratuito do TSE, os candidatos abastados e os abençoados com as graças das "máquinas" pulverizam seus nomes em "informes" publicitários, passando à opinião pública mensagens trapaceiras, calcadas em sofismas de toda sorte. A propaganda subliminar vem sendo produzida e veiculada em escala abusiva, tomando de assalto as casas brasileiras em horários nobres de TV.

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