Português, perguntado por mercurio5087, 1 ano atrás

O português Eça de Queiroz (1845-1900), além de escritor de romances e contos, foi um jornalista m uito lido na imprensa brasileira, no século XIX, tendo aproximado a visão do jornalismo à da literatura. Ele foi também diplomata e estava exercendo essa função em Paris, na França, onde procurava ainda manter uma importante revista portuguesa de cultura, quando escreveu a um amigo, o conde de Sabugosa. Leia um trecho da carta.

Paris, 22 de Dezembro de 1897.
Meu querido Sabugosa

A urgência impreterível do tempo obriga-me a misturar assuntos que lhe pediam cartas separadas. Tenho de lhe escrever hoje necessàriamente — e começo por esperar que V. recebesse o nosso telegrama no momento do seu grande desgosto que tão sentidamente compartilhamos.1 Agora o motivo destas rápidas linhas é dizer-lhe que a Revista2 vai dedicar à Rainha o seu primeiro nú­ mero de Janeiro. Eu escrevo, se Deus quiser, o artigo de “considerações gerais". Mas há toda uma série de fotografias, retratos, salas, desenhos da Rainha, etc., que pedem um outro largo artigo de informação, mais exacto e directo. Seria um quadro do viver da Rainha — os seus hábitos, os seus gostos, as suas ocupações — um artigo de alta, elegante, fina e discreta reportagem. Pensamos aqui em V. para o fazer. Foi mesmo (aqui entre nós) a Duquesa de Palmela que teve a lembrança, e eu aplaudi, com fervor. Quer V. tomar o encargo? Ninguém o fará com mais puro gosto, porque se não trata de fazer um cântico de louvor — mas uma fina e luminosa miniatura: un petit portrait dans des tons très doux. Se V. consente, telegrafe logo um sim (que todos desejamos) — porque é necessário desde já, sem demora, ter o número organizado e seguro. [...] E agora um longo, afectuoso, apertado abraço pelo delicioso foguete3. Teve aqui um imenso succès. Nada mais elegante, mais pitoresco e mais deliciosamente português. Eu tentei responder-lhe também com um soneto! Mas não passei da primeira quadra... (...) Ponha aos pés da Condessa, minha prima e senhora, os meus melhores respeitos, e V., querido, aceite ainda outro abraço do Seu do c. EÇA DE QUEIROZ.
(QUEIROZ, Eça de. Correspondência. Porto: Lello & Irmão, 1967. p. 256.)


1. Que características do texto lido permitem considerá-lo como uma carta?
2. O autor justifica-se ao amigo por causa da mistura de assuntos. Explique o vocábulo “impreterível” e o sentido que adquire em “A urgência impreterível do tempo'.
3. No texto, identifique as expressões francesas misturadas com falas em português. Pelo sentido do texto, procure fazer sua traduçá

Soluções para a tarefa

Respondido por Usuário anônimo
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1. A data explicitada, a saudação a um destinatário, a despedida ("aceite ainda outro abraço") e a assinatura.

2. "A urgência impreterível do tempo" é porque há coisas que não se pode adiar, as cartas demoram a chegar, e o tempo nunca deixa de passar, o autor está atarefado e tem pouco tempo disponível para escrever, além de precisar logo da resposta.

3. A expressão em francês é: "
un petit portrait dans des tons très doux." Sem saber francês, imagina-se que se espera que o destinatário da carta escreva um perfil refinado sobre a rainha.
Respondido por otaviosb
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Resposta:

1 - O local, data, destinatário, texto, despedida e assinatura.

2 - Que não pode deixar ser feito ou executado - Que o autor tinha uma urgência que não podia deixar de ser falada.

3 - ´´´ un petit portrait dans des tons très doux ´´ - Tradução - ´´ um pequeno retrato em tons muito suaves ´´.

Explicação:

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