O escritor angolano Luandino Vieira escreveu o livro Luuanda (1963) enquanto estava preso na cadeia de Luanda, onde teve seu primeiro contato com a obra de João Guimarães Rosa. Comente acerca do impacto da leitura de Guimarães na produção de Luandino.
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Resposta:
Nascido em Portugal, Luandino Vieira fez-se angolano pela sua participação no Movimento de Libertação Nacional de Angola. Durante a guerra colonial, combateu nas fileiras do MPLA, contribuindo para a criação da República Popular de Angola. Em 1961 foi condenado a 14 anos de prisão, por “atividades subversivas contra a segurança externa do Estado”, e enviado para o “Campo da morte lenta”, no Tarrafal.
Por Helena Pato, no Jornal Tornado
Explicação:
A sua obra, com raízes na terra e na cultura do país, foi precursora da literatura angolana, que constituiu uma importante arma de combate no processo da luta de libertação nacional [foi a partir dos escritos de nacionalistas que muitos angolanos foram sensibilizados e mobilizados para a luta de libertação nacional].
Quando a Sociedade Portuguesa de Escritores, em 1965, lhe atribuiu o Grande Prémio de Novelística, o escritor encontrava-se na sua longa prisão no Tarrafal. Essa circunstância determinou uma campanha repressiva do regime fascista do Estado Novo, então a braços com a guerra colonial, e o nome Luandino Vieira ficou para sempre associado ao movimento que então se gerou em Portugal a favor da liberdade de expressão.
José Vieira Mateus da Graça (com pseudónimo literário Luandino Vieira) nasceu em Lagoa de Furadouro, Vila Nova de Ourém, a 4 de maio de 1935. Passou a juventude em Luanda, onde concluiu os estudos secundários. Já antes do eclodir da guerra estivera detido pela Pide, por se manifestar contra a ditadura. Ligado aos círculos culturais de Angola, tinha sido preso pela primeira vez em 1959. Em 1961 volta a ser preso e, condenado a 14 anos de prisão, acabou por ser enviado para o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde passou oito anos