O currículo consiste em tudo o que acontece com os alunos a partir do que eles aprendem. Ele pode ser explícito, quando é deliberado e abertamente compartilhado com todos, e implícito, quando é deliberado, mas não compartilhado. O mais poderoso dos tipos de currículo é o oculto, que representa a aprendizagem na escola do que não se pretendia ensinar e permanece invisível, tanto para o professor quanto para o aluno. Este tende a ser mais negativo do que positivo. Em um passado recente, as salas de aulas eram compostas de mesas e cadeiras rígidas, que ficavam provavelmente próximas umas das outras, e os lugares dos alunos eram definidos pelo professor de modo a perturbarem o mínimo possível. Os amigos eram separados pelo professor, os alunos que tinham dificuldades de aprendizagem ficavam mais próximos do mestre, e aqueles que atrapalhavam a aula ficavam isolados dos demais. Também havia regras como: não levantar da cadeira, não comer em sala de aula, fazer fila para ir a outro lugar, levantar a mão antes de falar, não deixar o lugar sem permissão e não falar fora de hora. O interessante é que nós não devemos ter dado muita atenção ao que aprendemos, neste cenário. Contudo, é muito provável que aprendemos bastante sobre as rotinas, as normas e os valores que eram promovidos na escola, e também sobre os que não eram. Sem reconhecer formalmente o conhecimento adquirido, podemos perceber que a aprendizagem ocorria em um ambiente desconfortável que desencorajava as amizades, mas estimulava respostas arregimentadas de acordo com os sinais do professor e eram rígidas, em conformidade às regras. Apesar das boas intenções do professor de otimizar suas oportunidades de aprendizagem, criando uma estrutura, podemos ter desenvolvido memórias negativas acerca da escola. Baseando-se na época em que você estudava no ensino fundamental, e diante do contexto apresentado, você deve: 1. listar pelo menos cinco experiências que teve nas aulas de Educação Física. 2. identificar todos os aprendizados do currículo oculto das experiências levantadas. 3. avaliar se o aprendizado era positivo ou negativo. OBS.: Se você não teve Educação Física na escola, pense sobre suas experiências no pátio durante o recreio. Se tiver dificuldades para completar a tarefa, em vez de refletir sobre o que aprendeu, imagine o que os outros podem ter aprendido.
Soluções para a tarefa
Resposta:
1. Listar pelo menos cinco experiências que teve nas aulas de Educação Física.
1) Chegou a tão sonhada aula de Educação Física; montou-se uma fila e no centro da quadra havia um colchonete. Sem entender o que estava acontecendo os alunos continuaram com muita ansiedade para realizar a atividade, até que o primeiro aluno da fila se deitou no colchonete e foi ordenado a virar cambalhota e assim se fez até chegar a minha vez. Nessa época eu tinha muito medo de fazer esse tipo de exercício, porque a minha mãe havia me alertado de que isso era perigoso e por esse motivo eu nunca tinha feito essa atividade. A professora insistia para que eu participasse da aula, até que se cansou de pedir e me carregou à força até o colchonete, deitou-me e mandou que eu levantasse as pernas e no momento em que levantei, ela puxou com força até que me fez virar para o outro lado. Machuquei o pescoço, e fiquei com muita vergonha por ter tido dificuldade nessa atividade tão simples, contei para minha mãe. Ela ficou muito nervosa com a situação, disse que no dia seguinte iria até a escola conversar com a professora, mas disse que não tinha outra forma, que teria que realizar o exercício de qualquer modo, pois a professora era muito rígida e poderia ser reprovado se não realizasse as aulas dela.
2) A aula começa mais uma vez. A professora entra na sala, faz a chamada e nos leva para a quadra, lá se dividem os times para jogar futebol. O capitão de cada time, conforme a orientação da professora escolhia o jogador para fazer parte do seu time. Nós os meninos estávamos nos organizando em quadra... Porém, quando a professora nos pediu para que escolhêssemos as meninas para jogar também, alguns dos meninos acharam ruim. Falavam que as meninas não sabiam jogar, que eram burras e nem sabiam chutar a bola direito. Mas mesmo assim tivemos que aceitar que elas jogassem. Naquele dia elas mostraram para nós que não éramos só nós que sabíamos jogar bola e sim que mulheres também sabem jogar futebol. Mas sempre tem aqueles que querem ser os melhores em tudo e querem afirma que sabem de tudo. Tanto é que até hoje existe este tipo de preconceito nas escolas.
3) Era uma atividade elaborada pelo governo que dizia que todos tinham que jogar basquete. Todos nós jogamos e foi bem emocionante! Eu não havia jogado ainda e foi bom jogar. No começo achei muito sem graça, pois eu não gostava, mas com o decorrer da aula fui pegando gosto. A aula foi elaborada pela proposta de ensino que o governo enviou para a escola, a professora de Educação Física seguiu todos os padrões e foi bem divertido. O Antônio era o melhor jogador, se sobressaiu nas aulas, ele ficava com a bola em vários lances, e sempre passava por todos, ele e o Vinícius eram bons no jogo. Eu não sabia jogar bem, mas me diverti muito correndo pra lá e pra cá tentando pegar a bola. Dificilmente meu amigo Michael e eu conseguíamos jogar, pois éramos ruins no jogo mesmo assim nós tentávamos. Eu não conseguia fazer muitas cestas, pois não era tão alto e a cesta ficava bem alta, mas valeu cada esforço, cada corrida, para jogar! Mesmo eu não jogando bem, tentei cada lance, correndo de um lado para o outro da quadra com o resto da turma. Foi o único ano que pude dizer que eu tive uma aula de educação física decente.
4) Como sempre, mais um dia de aula no ensino fundamental. Eu estava muito nervoso e minha professora Mirna também, porque aquela seria nossa primeira viagem. Era um grande dia, cheio de expectativas. Nós estávamos indo para o Sesc para participar de uma competição com várias escolas, e quem ganhasse iria levar como recompensa um curso de inglês e espanhol e mais o troféu. Nossa escola ia competir nas modalidades: futebol, vôlei e queimada. Chegando ao Sesc a gente foi se posicionando para começar a competição. Quando a competição começou eu estava muito nervoso, pois representaria time de futebol da escola. Nós acabamos ganhando de dois a um, mas perdemos no vôlei e na queimada. E isso foi o suficiente para não levarmos o troféu para a casa... Nós ficamos em Terceiro lugar e no final eu acabei tendo que consolar uma amiga que estava triste, pois ela tinha certeza que poderíamos sermos melhores do que fomos, mas ao final ela nos disse: que o importante era competir, sem perceber ou não, ela nos ensinou uma grande lição.
Explicação: