O Conto da Mentira
Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo. O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em campeonato de rua.
A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe gente de madeira!”.
O pai de Felipe também conversa com ele: “Um dia você contará uma verdade e ninguém acreditará!” Felipe ficava pensativo. Mas, no dia seguinte...
Então, aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”.
A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia...
(AUGUSTO, Rogério. FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo.Miniconto. Folhinha 14 jun. 2003. F8 C1 -1.)
verifique os trechos abaixo dentro do texto e indique a quem ou a que se referem os termos destacados:
“A mãe tentava assustá-lo.” ____________________________________________
“Até que um dia deixou de contá-las.” ____________________________________
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Resposta:
A mãe tentava assustá-lo: Felipe
Até que um dia deixou de contá-las: Mentiras
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