Português, perguntado por elaysakamaki, 2 meses atrás

O arranco da morte

Pesa-me a vida já. Força de bronze
Os desmaiados braços me pendura.
Ah! já não pode o espírito cansado
Sustentar a matéria.

Eu morro, eu morro. A matutina brisa
Já não me arranca um riso. A rósea tarde
Já não me doura as descoradas faces,
Que gélidas se encovam.

O noturno crepúsculo caindo
Já não me lembra o escurecido bosque
Onde me espera a meditar prazeres
A bela que eu amava.

A meia-noite já não traz-me em sonhos
As formas dela - desejosa e lânguida -
Ao pé do leito, recostada em cheio
Sobre meus braços ávidos.

A cada instante o coração vencido
Diminui um palpite; o sangue, o sangue,
Que nas artérias férvidos corria,
Arroxa-se e congela.

Ah! é chegada a minha hora extrema!
Vai o meu corpo dissolver-se em cinza;
Já não podia sustentar mais tempo
O espírito tão puro.

É uma cena inteiramente nova.
Como será? - Como um prazer tão belo,
Estranho e peregrino, e raro, e doce,
Vem assaltar-me todo!

E pelos imos ossos me refoge
Não sei que fio elétrico. Eis! sou livre!
O corpo que foi meu, que lodo impuro!
Caiu, uniu-se à terra.

Junqueira Freire. In Antonio Carlos Villaça, org. Junqueira Freire; poesia. p. 71.

1. Como é encarada a morte pelo poeta?

2. Que características do texto nos permitem identificá-lo como ultra-romântico?


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Soluções para a tarefa

Respondido por 0Hadassah0
1

Resposta:

1: Como uma tristeza, um cansaço ao qual não lhe traz mais alegria ou prazer.

2: A forma melancólica, e sentimental que ele usa no texto.

acho que isso vai te ajudar :)

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