No texto a seguir, Durval Muniz de Alburquerque Júnior, expõe sua análise sobre a situação dos haitianos no Brasil. “Noite do dia 01 de agosto de 2015. Um grupo de imigrantes haitianos se encontra em frente à Igreja do Glicério, na cidade de São Paulo, onde funciona a Missão de Paz, uma entidade ligada à Pastoral do Migrante, que oferece abrigo a quem migra para a cidade. Por volta das dezenove horas, um carro cinza se aproxima com quatro ocupantes. Do seu interior, um homem passa a insultá-los, aos gritos afirma que eles “estariam roubando o emprego dos brasileiros” e que deveriam “voltar para o país deles”. Em seguida, efetuam vários disparos de armas de fogo contendo balas de chumbinho, deixando cinco homens e uma mulher feridos nas pernas e nos quadris (...) Segundo denúncia da União Nacional dos Imigrantes Haitianos, outro crime com as mesmas características teria ocorrido em Curitiba, capital do Estado do Paraná, onde dois haitianos teriam sido atacados em plena rua por um homem armado, que antes de atirar teria gritado: “Rouba nossos empregos e ainda anda com um celular bacana desses”. ALBUQUERQUE J. D. Xenofobia. Medo e rejeição ao estrangeiro. São Paulo: Cortez, 2016, p. 89.
(A) O imigrante ilegal, dada a sua situação de precariedade jurídica e social, é empregado em condições de trabalho desumanas, recebendo salários abaixo daqueles oferecidos no mercado. Assim, eles se tornam mais atrativos para os empregadores e conseguem ocupar todas as vagas de emprego disponíveis, deixando os brasileiros natos com um índice de desemprego próximo a 35%; gerando descontentamento e homofobia.
(B) As reações contra os imigrantes mostram que enquanto para a classe capitalista não existem fronteiras nacionais, a classe trabalhadora ainda está, em grande medida, capturada pela ideia de nacionalidade e opera presa à lógica do espaço nacional. A crise do capitalismo, que atinge não apenas a Europa e os Estados Unidos, mas se expande para todos os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, coloca em confronto levas de imigrantes que se deslocam para onde possam conseguir emprego, entrando em confronto com a própria classe trabalhadora desses países, também impactada pela crise.
(C) Enquanto os capitalistas caminharam para a globalização, derrubando fronteiras e barreiras impostas à circulação, em busca da maximização do lucro, os trabalhadores tendem a ficar presos à lógica do espaço nacional. Dessa maneira, o avanço do desemprego estrutural vem se refletindo globalmente, obrigando as empresas não só a propor a implantação de leis e políticas de proteção ao trabalho, como buscar financiamentos específicos para o setor.
(D) Enquanto o trabalho formal for ocupado pelos imigrantes haitianos, deixando parte da população brasileira desempregada e desprotegida de seus direitos trabalhistas, é natural que atitudes preconceituosas e xenófobas ocorram. O resultado da imigração haitiana para o Brasil, portanto, pode ser considerada uma política equivocada, uma vez que o índice de desemprego que era de 48,3% em 2014 passou para 49,3% em 2016 e tende a continuar crescendo.
(E) A imigração maciça de haitianos para o Brasil, que vem ocorrendo em índices ascendentes desde 2010, ano em que houve o terremoto que devastou a capital Porto Príncipe e deixou mais de 200 mil vítimas no país, tem gerado situações de racismo e xenofobia, porque, de acordo com o Ministério do Trabalho, eles são mão de obra barata altamente qualificada e estão ocupando, cada vez mais, postos de emprego que antes pertenciam aos brasileiros. Na construção civil, por exemplo, eles ocupam a maioria das vagas e com a expansão do setor, a tendência é que essa situação se torne cada vez mais desfavorável aos brasileiros.
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