No ethos (ética), está presente a razão profunda da physis (natureza) que se manifesta no finalismo do bem. Por outro lado, ele rompe a sucessão do mesmo que caracteriza a physis como domínio da necessidade, com o advento do diferente no espaço da liberdade aberto pela práxis. Embora, enquanto autodeterminação da práxis, o ethos se eleve sobre a physis, ele reinstaura, de alguma maneira, a necessidade de a natureza fixar-se na constância do hábito. (Adaptado de: VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª edição. São Paulo: Loyola. Coleção Filosofia - 8, 2000, p.11-12). Com base no texto, é correto afirmar que a noção de physis, tal como empregada por Aristóteles, compreende: A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza. A origem da virtude articulada, segundo a necessidade da natureza. A disposição da ação humana, que ordena a natureza. A razão matemática, que assegura ordem à natureza. A ordem da natureza, que determina o hábito das ações humanas.
Soluções para a tarefa
Resposta: A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza.
Explicação:Incorreta: A physis não ordena a ação humana. Apesar de o homem manter-se integrado à natureza, não decorre dela o princípio orientador das ações humanas. A reflexão que convém à ação humana projeta no domínio do ethos a ordem que se vê estampada no cosmos, sem que este constitua o determinante para justificar a ordem que se busca no plano da práxis.
Correta: A physis, natureza, contempla um telos (fim) inerente que, de forma imanente, assegura o próprio movimento ordenador da natureza. Decorre da natureza uma estrutura ordenadora que lhe é imanente, portanto, a mesma a
cintilar o sentido de cosmos (todo ordenado).
Incorreta: O hábito é determinado pela repetição constante das ações, pela maneira habitual de agir. Não decorre que a physis, no plano da práxis, seja fator decisivo para determinar o hábito. Aquilo que compete à influência da physis no âmbito do agir humano revela-se enquanto determinismo e não como hábito.
Incorreta: A virtude, arete, não é determinada pela physis. Aristóteles deixa bastante manifesto que a virtude, no sentido ético, é decorrência do hábito e não da influência da dimensão ordenadora da natureza. Da physis preservase o telos como algo passível de ser acoplado à ação, que tece pela repetição dos atos, a virtude, a excelência do ato.
Incorreta: Não consta em Aristóteles que a matemática configure elemento determinante ou indispensável para atribuir o sentido de ordem da natureza. O registro de ordem da natureza foi expresso por autores outros, como manifestação do número matemático e das formas geométricas. Contudo, o sentido de physis e sua ordenação teleológica, tal como empregado por Aristóteles, não necessariamente remetem à matemática.