Português, perguntado por SarinhaAmancio6218, 1 ano atrás

No capítulo CXIX das Memórias póstumas de Brás Cubas, o narrador declara: “Quero deixar aqui, entre parêntesis, meia dúzia de máximas* das muitas que escrevi por esse tempo.” Nos itens a) e b) encontram-se reproduzidas duas dessas máximas. Considerando-se no contexto da obra a que pertencem, responda ao que se pede. * “Máxima”: fórmula breve que enuncia uma observação de valor geral; provérbio. a) “Matamos o tempo; o tempo nos enterra.” Pode-se relacionar essa máxima à maneira de viver do próprio Brás Cubas? Justifique sucintamente. b) “Suporta-se com paciência a cólica do próximo.” A atitude diante do sofrimento alheio, expressa nessa máxima, pode ser associada a algum aspecto da filosofia do “Humanitismo”, formulada pela personagem Quincas Borba? Justifique sua resposta.

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Respondido por sabrinasilveira78
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a) Esta máxima de Brás Cubas fortalece o ceticismo e o pensamento pessimista da "personagem-defunto", que faz uma avaliação de sua existência a partir da percepção de ter vivido de forma vazia, sem concretizar nada, de acordo com sua afirmação no capítulo "Das negativas".

Podemos, por fim, relacionar a frase destacada ao modo de vida de Brás Cubas, que foi destinada ao ócio afortunado, característica da elite brasileira, que vivia como parasita no século XIX. Temos, pois, uma visão cética (niilista) sobre a existência humana.


b) O Humanitismo, filosofia baseada em arruinar todos os outros sistemas filosóficos, advoga a concepção de que "vida é luta" e apena os mais fortes conseguem sobreviver.

Quincas Borba, quando explica sua filosofia para Brás Cubas (no capítulo "Os Cães"), faz uso de uma alegoria, quando se depara com uma briga de cães em razão de um osso "nu". Nesta situação, Quincas Borba acredita que o benefício do vencedor é a desgraça do perdedor, que é suportada tranquilamente por aquele que não a sofre.

A postura perante o sofrimento alheio, nessa máxima, permite associá-la ao aspecto do Humanitismo, filosofia que é explicada no capítulo "O Humanitismo", momento em que Quincas Borba ratifica: "Assim, este frango, que almocei agora mesmo, é o resultado de uma multidão de esforços e lutas com um único fim  de dar mate ao meu apetite".
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