No Brasil a esgrima sempre foi com fins esportivos e competitivos?
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Resposta:
A história da esgrima no Brasil
Educação Física
A esgrima foi introduzida no Brasil no final do século XIX, quando alguns missionários franceses começaram a ensiná-la nos colégios religiosos espalhados por todo o país. Registrou-se um desses casos na Escola da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, capital federal da época.
Posteriormente, no início do século XX, quando alguns oficiais da polícia francesa vieram ao país ministrar um curso de aperfeiçoamento à polícia brasileira, houve um significativo avanço. Como a prática da esgrima era comum entre os franceses, os especialistas desse país europeu inseriram a modalidade como atividade formativa, ou seja, como um meio de obter um bom preparo físico e higiene mental. Logicamente que, antes disso, no período monárquico, as tropas do Exército brasileiro treinavam o manuseio da espada, mas com fins bélicos.
No entanto, demoraria muito ainda para os brasileiros aderirem à modalidade. Somente depois de vários intercâmbios de militares brasileiros na Argentina, onde a esgrima era bastante popular, surgiram, no início da década de 1920, alguns praticantes. O primeiro campeonato registrado ocorreu em 1925 e foi fundamental para a fundação, em junho de 1927, da União Brasileira de Esgrima, congregando a federação paulista, fundada em 1914, e alguns clubes do Estado do Rio de Janeiro. Um ano mais tarde, essa entidade organizou o primeiro campeonato brasileiro. Nas décadas seguintes, várias federações estaduais foram criadas e filiadas à confederação.
Mesmo assim, a modalidade não conseguiu se popularizar. Os equipamentos sempre foram caros e de difícil aquisição. Assim, a esgrima ficou praticamente restrita às instituições militares – colégios, academias, clubes e quartéis. Em virtude disso, os resultados internacionais são escassos. Com exceção dos campeonatos sul-americanos, o país nunca se destacou em competições internacionais (a única exceção foi uma medalha de ouro no Pan-Americano de 1967, em Winnipeg). Nas poucas participações em Jogos Olímpicos, por exemplo, o país sempre ficou entre os últimos colocados.
Somente nos últimos anos, as políticas públicas de incentivo ao esporte, como a Lei Agnelo/Piva, permitiram que a modalidade tentasse se desenvolver, com a formação de mais atletas qualificados. A estratégia usada na atualidade pelos esgrimistas brasileiros é procurar o aperfeiçoamento em países com mais tradição no esporte. Esse treinamento pode, posteriormente, garantir uma melhora técnica dos atletas e, conseqüentemente, a consolidação da esgrima no Brasil e a formação de atletas de ponta no próprio país.