Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa,
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
MATOS, Gregório de. Poemas. Belo Horizonte: Autêntica Ed., 1998. p. 56.
Glossário:
carepa: caspa, sujeira.
galorpa: instrumento utilizado pelos carpinteiros para aplainar madeira.
increpar: censurar
NÃO se identificou corretamente o recurso empregado na construção do verso em: *
A- “Para a tropa do trapo vazo a tripa” – aliteração.
B- “Quem menos falar pode, mais increpa:” – paradoxo.
C- “Bengala hoje na mão, ontem garlopa,” – metonímia.
D- “E mais não digo, porque a Musa topa” – metalinguagem.
Soluções para a tarefa
Respondido por
4
Resposta:B-"Quem menos falar pode, mais increpa:” – paradoxo
Explicação:No verso da opção {B} existe antítese, e não paradoxo.
Perguntas interessantes
História,
8 meses atrás
Ed. Física,
8 meses atrás
Português,
11 meses atrás
História,
11 meses atrás