Nessa linha de pensamento, percebe-se o motivo da duplicidade constatada na obra de Camões: ele se submete à cosmovisão universalizante, racionalista e platônica de sua época, repetindo o discurso ideológico dominante e reprimindo a colocação de questões. Logo em seguida, entretanto, ele faz as perguntas proibidas e revela uma agressividade que está voltada para todo um sistema de ideias que é o da civilização em que vive. DUARTE, L. P. Estudos Camonianos. Belo Horizonte: Centro de Estudos Portugueses da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, 1983, p. 7. Refletindo sobre o excerto e compreendendo a grandeza da obra de Camões para a literatura universal, analise as asserções abaixo e a relação proposta entre elas. I. Camões representou a ruptura com as ideias humanísticas, racionais e universalizantes. PORQUE II. Sua obra voltou-se para a contemplação do divino e o uso de uma linguagem intrincada e rebuscada, valorizando a figuração em detrimento da objetividade. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta
Soluções para a tarefa
Acreditamos que sua pergunta completa seja esta:
" Nessa linha de pensamento, percebe-se o motivo da duplicidade constatada na obra de Camões: ele se submete à cosmovisão universalizante, racionalista e platônica de sua época, repetindo o discurso ideológico dominante e reprimindo a colocação de questões. Logo em seguida, entretanto, ele faz as perguntas proibidas e revela uma agressividade que está voltada para todo um sistema de ideias que é o da civilização em que vive. DUARTE, L. P.. Estudos Camonianos. Belo Horizonte: Centro de Estudos Portugueses da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, 1983, p.7. Refletindo sobre o excerto e compreendendo a grandeza da obra de Camões para a literatura universal, analise as asserções abaixo e a relação proposta entre elas. I. Camões representou a ruptura com as ideias humanísticas, racionais e universalizantes. PORQUE II. Sua obra voltou-se para a contemplação do divino e o uso de uma linguagem intrincada e rebuscada, valorizando a figuração em detrimento da objetividade. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. Alternativas Alternativa 1: As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. Alternativa 2: As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. Alternativa 3: A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. Alternativa 4: A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. Alternativa 5: As asserções I e II são proposições falsas. "
De acordo com o enunciado e a análise das alternativas podemos concluir que a alternativa 3 é a correta.
Isto porque Camões não rompeu com as ideias humanistas, como lemos em II, que cita características barrocas, movimento que teve início com a sua morte quando Camões vivia na época do movimento classicista.
Características do classicismo na obra de Luíz Vaz de Camões
- Retorno aos modelos clássicos greco-romanos;
- Perfeição estética;
- Uso frequente de sonetos e versos de dez sílabas;
- Rigor formal (e retorno à perfeição estética). ⇒ Em Os Lusíadas, esta característica atinge o seu clímax em Camões.
- Razão e equilíbrio.
- Nacionalismo e antropocentrismo - também podemos ver esta característica em Os Lusíadas, porque é uma epopeia que conta as façanhas de Vasco da Gama e elogia o povo português.
- Temas Religiosos e Mitológicos - Os deuses greco-romanos andavam "juntos" com as divindades da cristandade.
Apesar disso, podemos ver em sua obra questionamentos sobre o tempo em que vive, que não é uma negação total das ideias de seu tempo, mas uma série de reflexões inerentes ao ser que pensa o lugar onde vive encontra si mesmo o mundo:
- Quanto valeu tudo isso?
- Por que estamos aqui?
- O que é mais importante, a carne ou o espírito?- Tema que tem longa continuidade e análise no Barroco.
Também podemos mencionar a desconfiança da realidade pela aparente falta de lógica nos fatos e a contradição do "real" e do "homem", ao lado de uma certa presença da coisa amorosa do trovador, mas representada em Camões por os conflitos internos entre o amor carnal (eros) e o amor espiritual (ágape).
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