Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
( Ferreira Gullar )
1. No texto, o eu lírico fala do que cabe no poema. Que sentido tem o verbo caber nesse contexto?
2. Como o eu lírico se posiciona diante dessa concepção poética? Ele é favorável ou contrário a ela? Explique.
Soluções para a tarefa
Resposta:
1) Bom o eu lírico quis fazer uma critica com relação ao preço e as situações que se passam na sociedade ja que o texto se refere a ditadura militar que ocorreu aqui no Brasil, com relação ao verbo ele esta no sentido de metáfora pois seu significado faz uma certa coerência com o texto.
2) Contrário pois foi através de um poema ele quis fazer uma critica a sociade.
1. O sentido de "caber" no contexto deste poema é que o preço de produtos assim como a desumanidade de alguns indivíduos é algo inadmissível.
2. Neste poema, temos que o eu lírico se posiciona de maneira contrária aos elementos que ele descreveu, mantendo seu ponto de vista oposto aos elementos escritos.
Intepretação do poema
Segundo o texto "Não há vagas", temos que o eu lírico estava descrevendo uma situação onde os elementos da sociedade eram incômodos para ele.
Há uma crítica também aos salários atuais e a falta de empregos para população.
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