ENEM, perguntado por Daniga0biaililianti, 1 ano atrás

Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está branco, de outra há de estar negro, se de uma parte está dia, da outra há de estar noite, se de uma parte dizem luz, de outra hão de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. Basta, que não havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas hão de estar sempre em fronteira com o seu contrário? Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras. Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação: muito distinto e muito claro.VIEIRA, A. Sermão da Sexagésima. In: Sermões escolhidos. São Paulo: Editora Martin Claret, 2004.O trecho anterior pertence ao “Sermão da Sexagésima”, de Padre Antônio Vieira, um dos nomes mais importantes do Barroco em língua portuguesa. Esse texto, além de se dedicar à elaboração estética e à pregação religiosa, apresenta também a preocupação ema) utilizar a linguagem para tematizar os processos que fazem parte da construção desta.b) verificar se a ligação entre emissor e receptor está funcionando de forma eficiente.c) destacar o receptor da mensagem por meio do predomínio de verbos no imperativo.d) enfatizar a figura do enunciador por intermédio do emprego de interrogações.e) condenar a utilização de recursos de linguagem evitados pelo próprio enunciador.

Soluções para a tarefa

Respondido por gioferreira18
99
b) verificar se a ligação entre emissor e receptor está funcionando de forma eficiente.
Pois há enfase da informação, a fim de reforçar uma ideia. 
Respondido por EduardoPLopes
55

É correta a alternativa B.

Neste Sermão o Padre Vieira argumenta que muitas vezes os pregadores cristãos - que tentavam converter os povos nativos brasileiros - se preocupavam mais com a beleza estética de seus discursos que com o fato de serem ou não compreensíveis para quem os ouvia.

Mostrava, assim, uma preocupação na ligação entre o emissor - que envia a mensagem - e o receptor, que recebe a mensagem, de modo a criar uma mensagem clara, para que quem a ouvisse compreendesse o seu sentido.

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