na política externa, quais medidas foram tomadas pelo governo de vargas?
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Resposta:
A política externa de Vargas
O Secretário de Estado norte-americano, Dean Acheson, visita o presidente Getúlio Vargas. Rio de Janeiro (DF), 1952.Uma das principais marcas da política externa brasileira no primeiro governo Vargas (1930-1945) foi a negociação do alinhamento com os Estados Unidos. Como uma decorrência do próprio processo de negociação, no fim já não havia mais o que barganhar com Washington em favor dos interesses do país. O cenário do pós-guerra, com a Europa em ruínas, com os Estados Unidos na condição de única potência política, militar e econômica do Ocidente, e com a inversão da aliança entre Washington e Moscou que resultou na Guerra Fria, estreitou ainda mais o espaço de manobra internacional do Brasil, tornando a consolidação do alinhamento com Washington a única opção para o governo anticomunista do general Dutra (1946-1950).
Foi este cenário que Vargas encontrou ao retornar ao poder com as eleições de 1950. No entanto, o discurso nacionalista que o ajudou a eleger-se presidente da República sugeria uma política externa mais autonomista. Isso fez com que Vargas buscasse o que os analistas chamaram de barganha nacionalista, pela qual procurava negociar o apoio político-estratégico do Brasil aos Estados Unidos em troca da ajuda norte-americana ao desenvolvimento econômico brasileiro, buscando simultaneamente atender as demandas dos setores mais favoráveis ao alinhamento a Washington e daqueles mais comprometidos com o ideário nacionalista.
Entretanto, diferentemente do período da Segunda Guerra, a década de 1950 não apresentava as mesmas condições propícias a barganhas ou negociações. Assim, um comportamento mais autônomo, que projetasse o Brasil no plano internacional, teve de ser restringido a regiões e temas em que os interesses estratégicos norte-americanos não estivessem ameaçados. Não por outra razão, a posição do país frente aos vizinhos continentais se pautou por essas prioridades. Digna de nota, neste sentido, foi a postura brasileira nas discussões acerca da crise guatemalteca, na X Conferência Interamericana, em 1954, ao endossar as prioridades norte-americanas de combate ao comunismo, e não o esforço latino-americano para aprovar resoluções de natureza econômico-social.