Muitas pessoas perguntam sobre a utilidade da Filosofia, sendo que para as outras ciências e ramos do saber essa pergunta não é frequente. Polêmica e muitas vezes irônica, essa pergunta parece transpassar a ideia de que a essa área é inútil. Em certo sentido e tomando por base o conceito contemporâneo de utilidade, a Filosofia realmente não serve para nada, pois ela não constrói objetos, não cria coisas concretas, não interfere imediatamente no mundo físico e não rende lucro. Assim, ela não tem utilidade.
Segundo Chaui, costumamos pensar erroneamente que algo que não tem utilidade prática não deve existir. Mas a Filosofia orgulha-se de não fazer parte desse conjunto de ciências práticas que servem apenas de pontes para a evolução das técnicas.
Gilles Deleuze afirma que a Filosofia não é subserviente. Ela não serve de base para as outras ciências e, se em algum momento isso aconteceu, não foi por vontade dela. Esse ramo do saber é autônomo, é crítico, é feito por um pensamento emancipado de outros pensamentos.
“a filosofia não serve nem ao Estado, nem à Igreja, que têm outras preocupações. Não serve a nenhum poder estabelecido. A filosofia serve para entristecer. Uma filosofia que não entristece a ninguém e não contraria ninguém, não é uma filosofia. A filosofia serve para prejudicar a tolice, faz da tolice algo vergonhoso. Não tem outra serventia a não ser a seguinte: denunciar a baixeza do pensamento sob todas as suas formas”.
A Filosofia é aquele ramo do saber que quanto mais se conhece, mais se fica insatisfeito, já que ela é feita para perturbar, para espantar. A Filosofia não quer gerar conforto, mas quer tirar as pessoas da zona de conforto. É isso que mantém o pensamento em movimento e é isso que gera a evolução intelectual do mundo, mesmo que vagarosamente.
Soluções para a tarefa
Irmão, por isso eu amo a Filosofia
Resposta:
O que entendemos por Filosofia é um tipo de pensamento conceitual, crítico e reflexivo. Enquanto conhecimento crítico, esse ramo do saber não aceita como verdadeira qualquer proposição sem antes analisá-la. Já como conhecimento reflexivo, a Filosofia desdobra-se sobre si mesma a fim de criar novos problemas para um melhor entendimento do mundo. É um tipo de pensamento conceitual, pois ela trabalha por meio da formulação e reformulação de conceitos, criando e revisando os significados que nós damos para o mundo.
Explicação:
De acordo com a definição relativa ao pensamento que se desdobra sobre si mesmo e de maneira conceitual, a Filosofia lida, às vezes, com elementos concretos e, na maioria das vezes, com elementos abstratos. Uma das perguntas mais essenciais dessa área é, justamente, aquela que pergunta pela essência das coisas, ou seja, “o que é?”.