MORTE E VIDA SEVERINA (Início)
João Cabral de Melo Neto
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI
— O meu nome é Severino, como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos, que é santo de romaria,
deram então de me chamar Severino de Maria;
como há muitos Severinos com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Mariado finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia,
por causa de um coronel que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem falo ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela, limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco: se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos, já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida:
[...]
Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima,
a de tentar despertar terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir a história de minha vida,
passo a ser o Severino que em vossa presença emigra. [...]
MELO NETO, João Cabral de. Obra completa.Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
1 – Observe a presença do travessão (—), iniciando o poema. O que esse sinal indica?
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Resposta:
Indica fala de personagem
Explicação:
Quando se faz um texto, se você for falar, inicie o trecho com um parágrafo + travessão (--) + fala, por exemplo:
- Eu sou o Barry Alen e eu sou o homem mais rápido do mundo
(exemplo bosta, não?)
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