Milton Santos acreditava em uma solução para o racismo. Escreva qual era:
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Milton Santos (1926 – 2001) é reconhecido mundialmente como um dos maiores geógrafos brasileiros. Dedicou a vida a analisar sua época. Crítico feroz do modelo de relações internacionais que se fortalecia nas décadas de 1980 e 1990, acreditava ser possível e necessário pensar em outra forma de globalização.
O professor, de origem baiana, é responsável por desenvolver novas compreensões de conceitos como espaço geográfico, lugar, paisagem e região. Defendeu que o uso de um território é político e deve ser estudado para entender as sociedades. Deu atenção especial para a economia urbana dos países tidos como “subdesenvolvidos” e acredita que, uma vez unidos, os povos darão novo sentido à humanidade.
Para Milton, era preciso questionar os consensos já estabelecidos. Questionar, aliás, era a sua principal característica segundo conta Nina Santos, sua neta.
“Seu legado não é restrito a um conceito ou a uma questão social, ele é extremamente amplo. Acho que a principal herança de Milton Santos é justamente ressaltar a importância do questionar, do pensar diferente, de defender o seu ponto de vista mesmo que contra uma maioria que questiona a sua posição.”
Neste 3 de maio de 2019, ele completaria 93 anos. Milton Santos possui uma obra com mais de 40 livros publicados e, ao longo de sua carreira, recebeu o título de Doutor Honoris Causa em 20 universidades nacionais e internacionais.
Da Chapada Diamantina para o mundo
Milton Santos nasceu em Brotas do Macaúbas (BA), na Chapada Diamantina, filho de uma família de professores primários. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e fez doutorado em geografia na universidade francesa de Strasbourg.
Além de professor universitário, o geógrafo também trabalhou como jornalista em periódicos como o diário “A Tarde”, o mais antigo da Bahia e um dos mais antigos do país. Milton teve dois filhos e quatro netos, tendo conhecido apenas dois em vida.
O geógrafo rompeu barreiras não apenas pelos pensamentos fora da curva, mas por ser um homem negro inserido em uma intelectualidade predominantemente branca. “Lembro de um episódio que contava em que foi barrado na portaria da USP, em um final de semana, e impedido de entrar porque o porteiro, também negro, duvidava que ele fosse efetivamente professor daquela instituição”, recorda-se a neta, Nina Santos.
O preconceito racial presente em seu cotidiano foi um tema que, apesar de não ter sido central, também permeou a obra de Milton Santos. Em uma de suas poucas palestras disponíveis em vídeo, ele afirmou que “a luta dos negros só pode ter eficácia se forem envolvidos todos os brasileiros: Não cabe só aos negros fazer essa luta. Ela tem que ser feita sobretudo por tod