Português, perguntado por gabrielrcarvalh, 1 ano atrás

METRÓPOLE SUSTENTÁVEL: É POSSÍVEL?
Se você mora em uma cidade grande, olhe à sua volta.
O lixo, a pobreza, os engarrafamentos e a poluição não
mentem: as coisas não vão tão bem assim. Apesar de o Brasil
garantir o direito a “cidades sustentáveis” em suas leis e ter
visto, nos últimos 10 anos, alguma melhora em relação a
problemas como favelização, moradia e pobreza, a
desigualdade ainda é grande. Conversamos com sociólogos,
arquitetos, urbanistas e representantes de organizações
internacionais sobre o assunto. Será que estamos fadados a um
colapso ou a metrópole sustentável é um conceito viável?


Inez Liuth, 49 anos, é diarista e mora em São
Gonçalo, município do estado do Rio de Janeiro. Todos os
dias, ela gasta cerca de três horas no trajeto entre sua casa e o
trabalho, na Zona Sul do Rio – uma distância de cerca de 35
km. O caminho não é dos mais agradáveis: duas conduções,
ônibus lotado, engarrafamentos. Até mesmo a rua de sua casa,
ainda não asfaltada, obriga Inez e os vizinhos a levar um
segundo par de sapatos na bolsa em dias de chuva. “A gente
coloca um pra andar até o ponto de ônibus, depois troca e
guarda num saquinho”, conta ela.
Muito diferente dessa realidade é o que garante a
Constituição brasileira. O país foi o primeiro da América
Latina a incluir em suas leis dizeres sobre o ‘direito à cidade’
dentro do chamado Estatuto da Cidade, cunhado em 1998:
“garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o
direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à
infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao
trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações”.
Dada a definição oficial do termo “cidade
sustentável”, não é preciso ir muito além do óbvio para
constatar que as cidades brasileiras estão longe de serem
sustentáveis. Paulistanos perdem, em média, 2 horas e 43
minutos por dia no trânsito, de acordo com uma pesquisa do
Ibope para o Movimento Nossa São Paulo. Segundo relatório
da Organização das Nações Unidas (ONU), a proporção de
pessoas que vivem em favelas no Brasil em relação a toda a
população urbana do país era de 28‰ (por mil), dado de 2007.
Um dos motivos para essa situação de
insustentabilidade urbana é histórico: para os economistas e
urbanistas que consultamos, a partir do final da década de
1970, com a globalização e o colapso econômico que colocou
a inflação nas alturas, as metrópoles brasileiras entraram em
uma crise que as levou ao crescimento desordenado, à perda
de institucionalização e, consequentemente, às condições que
vemos hoje. A América Latina é agora a região mais
urbanizada do mundo e, desde 2008, 80% da população
brasileira estão concentrados em cidades. É a tendência
mundial: segundo dados da ONU, até 2030 todas as regiões do
planeta serão predominantemente urbanas.
O estado atual e o futuro das cidades são questões tão
preocupantes que em março deste ano, no Rio, foi realizado
pelo United Nations Human Settlements Programme (UNHabitat) – órgão da ONU voltado para habitações – o 5º Fórum
Urbano Mundial. Dados levantados pelo órgão, no entanto,
revelam que o Brasil e a América Latina têm apresentado
melhora em muitos aspectos relacionados a cidades, como a
redução de favelas e da pobreza e a revitalização de centros
urbanos.
Embora os prognósticos da ONU sejam positivos, a
desarmonia entre os objetivos constitucionais e os processos
reais que acontecem nas cidades faz levantar a questão: no
cenário sombrio que acabamos de descrever, é viável que uma
metrópole seja sustentável? Mesmo que, obviamente, não haja
uma resposta final positiva ou negativa, o consenso é que a
situação atual não pode perdurar.

De acordo com o texto 1, é correto afirmar que:
(A) Segundo dados da ONU, até 2030 todas as regiões do
planeta serão predominantemente sustentáveis.
(B) Inez Liuth é um exemplo de como os cidadãos brasileiros
sempre vivenciam o cumprimento do Estatuto da Cidade,
garantido pela Constituição brasileira.
(C) A redução das favelas e a revitalização de centros urbanos,
segundo o UN-Habitat, são progressos ainda não alcançados
pela América Latina.
(D) O tempo gasto no trânsito e a medição da população das
favelas são critérios para avaliar a sustentabilidade de uma
cidade.

Soluções para a tarefa

Respondido por maria7621
12

Resposta:

letra a

Explicação:

Por que de acordo com os dados da ONU todas as regiões do planeta serão predominante sustentável

Perguntas interessantes