Mesmo com os avanços tecnológicos, ainda ocorrem muitos acidentes. Quais medidas são recomendadas para os motoristas?
Soluções para a tarefa
Os acidentes de trânsito se transformaram num dos problemas mais graves que a população brasileira enfrenta nos seus deslocamentos, diários ou não. Em 1997, 24.107 pessoas morreram e 324.838 ficaram feridas (Brasil, 1999a). Quanto às pessoas com menos de 15 anos, estas mesmas estatísticas oficiais revelaram que 2.483 morreram (10,3% do total) e 35.227 ficaram feridas (10,8% do total). Estes números são alarmantes, tanto pela sua magnitude, quanto pelo fato de ser comum no Brasil o sub-registro de acidentes de trânsito (Braga, 1992).
Os objetivos básicos de um trabalho voltado para o aumento das condições de segurança do tráfego são: a) reduzir os números globais de acidentes, de mortos e de feridos; b) reduzir o risco presente nas vias; c) reduzir as conseqüências dos acidentes. Para cada um destes objetivos, pode-se ter um conjunto de medidas apropriadas, mas de caráter distinto. Por exemplo, para o primeiro grupo, pode-se lançar mão de medidas que façam com que os usuários abandonem os veículos particulares e passem a utilizar modos de transporte mais seguros, como o metrô, por exemplo (cerca de 95% dos acidentes de transporte no Brasil ocorrem no modo rodoviário - Brasil, 1999b). Para o segundo grupo, o poder público pode direcionar seus esforços para uma ação fiscalizadora do trânsito, para a identificação e tratamento dos pontos críticos em áreas urbanas e para a educação para o trânsito. Para o último conjunto de objetivos, o incentivo ao uso de equipamentos como o cinto de segurança (no interior de veículos) e o capacete (para ciclistas e motociclistas), ou ainda o socorro aos acidentados são formas de diminuir a gravidade dos acidentes.
É preciso, portanto, conhecer o problema para definir o objetivo prioritário a alcançar e, a partir daí, escolher as medidas mais apropriadas para tratar do problema. É nestas bases que um trabalho em segurança de tráfego deveria se dar. Entretanto, para a imensa maioria das cidades brasileiras, esbarra-se no que deveria ser o ponto de partida: faltam informações que permitam descrever a situação de forma criteriosa e proceder a um diagnóstico que aponte as soluções mais recomendadas.
Deste modo, o panorama geral dos acidentes de trânsito no país, apontado anteriormente, fornece uma dimensão do problema (grave!), mas os dados precários e as informações disponíveis não permitem uma descrição mais detalhada. Neste texto, procura-se analisar a segurança de crianças e adolescentes, com base nas informações limitadas que se dispõe e na experiência com relação à prevenção dos tipos de acidentes aos quais este grupo de usuários está mais sujeito.