Melhores momentos do filme Excalibur 1981.
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Resposta:
O mago Merlin (Nicol Williamson) dá ao rei Uther Pendragon (Gabriel Byrne) a mística Excalibur, a espada do poder. Durante uma emboscada Uther é ferido mortalmente e, pouco antes de morrer, enterra a espada em uma pedra. Fica então decidido que o cavaleiro que puder retirá-la da pedra será o novo rei, mas ninguém consegue. Anos depois o país estava divido em guerra entre os senhores feudais e Arthur (Nigel Terry), um jovem escudeiro, retira facilmente a espada da pedra. Alguns nobres juram fidelidade ao novo rei e Merlin relata que Arthur é um filho bastardo de Uther, mas alguns nobres não aceitam sua autoridade. No entanto o tempo faz todos se curvarem ao sábio rei, mas o tempo vai mostrar que o fator de desagregação do reino está na atração que Lancelot (Nicholas Clay), o campeão do rei, sente por Guinevere (Cherie Lunghi), a rainha. E, somando-se a isto, Morgana (Helen Mirren), a meia-irmã de Arthur, decide que Mordred (Robert Addie), o filho que ela teve com Arthur, deve ocupar o trono.
Explicação:
As lendas arturianas são fascinantes e certamente esse fascínio que o Rei Arthur, Lady Guinevere, Sir Lancelot, a espada Excalibur e o mago Merlin exercem no imaginário popular vem do excepcional Le Morte d’Arthur, escrito por Sir Thomas Malory ainda em 1485 e que conseguiu reunir, em um todo coeso, todas as lendas orais e escritas e folclore sobre o fictício (até prova em contrário) personagem que teria liderado a Bretanha contra a invasão dos saxões.
A obra de Malory é, quase que integralmente, a fonte de todas as versões da lenda que, ao longo dos séculos e até hoje em dia, é parte da cultura popular mundial, incluindo a famosa versão por T.H. White, O Único e Eterno Rei. Excalibur, filme dirigido por John Boorman e lançado em 1981, é, por seu turno, a versão cinematográfica definitiva da lenda conforme unificada por Malory, um verdadeiro tour de force que reúne e materializa a magia atemporal que emana da obra original.
E é interessante lembrar que Boorman, desde 1969, tentou colocar Le Morte D’Arthur nas telonas, mas teve suas ideias rejeitadas primeiro pela United Artists, que, no lugar, encomendou a ele uma adaptação de nada menos do que O Senhor dos Anéis, cujo roteiro ele realmente acabou escrevendo junto com Rospo Pallenberg, que antes tinha como crédito apenas a direção de segunda unidade de O Exorcista II e parte do roteiro – sem créditos – do mesmo filme. Como era de se esperar, o roteiro foi, então, considerado muito caro pela UA e Boorman, então, reverteu à sua ideia arturiana original, mantendo, porém, muita coisa do que escreveu em termos de desenho de produção, em sua adaptação de Tolkien.
Excalibur conta, claro, a história do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda, mas mantendo a aura mística do manuscrito de Malory e focando nas maquinações de longo prazo de Merlin (Nicol Williamson), filho do próprio Satanás, primeiro em relação a Uther Pendragon (Gabriel Byrne) no prólogo que nos leva até a “espada na pedra” e, depois, com o filho bastardo de Uther com Igrayne (Katrine Boorman, filha do diretor), concebido durante o pacto de Uther com Merlin e que é o próprio pagamento pela relação pecaminosa. Arthur (Nigel Terry), então, é levado por Merlin para ser criado por Sir Ector (Clive Swift), pai de Kay (Niall O’Brien) e, então, o ciclo de traição, pacto com o diabo e morte, começa novamente, tendo Arthur, Guenevere (Cherie Lunghi) e o francês Sir Lancelot (Nicholas Clay) como o trágico trio adúltero e heroico de um lado e a filha legítima de Igrayne com o Duqque da Cornuália Morgana Le Fey (Helen Mirren) e seu filho com o próprio meio-irmão, Mordred (Robert Addie), de outro.
No entanto, como mencionei, Excalibur é mais do que a soma de suas partes. O filme é pura imersão em um mundo fantástico cheio de magia, morte, traições e amor incondicional, em uma terra dividida pelos ciúmes e reunida pelo símbolo de um deus, em uma lenda que transcende gêneros, territórios e séculos. A trilha sonora original composta por Trevor Jones e que usa peças de outros autores – famosamente Carmina Burna, de Carl Orff e Tristão e Isolda, O Anel do Nibelungo e Crepúsculo dos Deuses, de Richard Wagner – inebria e hipnotiza o espectador, retirando-o de seu mundo e transpondo-o para o meio da ação e das intrigas arturianas que fascinam o mundo há pelo menos 500 anos.