ME RESPONDAM PFV, É PRA HOJE
Lágrimas pouco importam Hoje não contive o choro, apesar de acreditar que, com o tempo, fico menos sensível a certas cenas cotidianas. Chego ao ponto de ônibus e uma criança me pede, carinhosamente, para que compre dois panos de louça. Em um primeiro momento, recuso. Ela senta-se a minha frente e diz que continuará tentando vendê-los. Ao meu lado está a avó que retruca: “Estamos vendendo, dona, melhor do que roubar”. E aqui meus sentimentos brotam ao travar um pequeno diálogo com aquela família e responder: “Com certeza”. O garoto esfrega os panos no rosto; coloca-os na cabeça; não sabe o que fazer para chamar minha atenção, sempre com um sorriso estampado no rosto. Pergunto-lhe se está na escola. A vó diz que sim e ele me soletra, cantando, as letras do alfabeto. Ainda não sabe ler. O ônibus demora para chegar e continuamos a conversa. A essas alturas do campeonato já havia comprado os panos e penso em presenteá-los. Pago a criança que diz para a avó que aquele dinheiro é dela, pois tem muito o que comprar. “O que você pretende comprar?”- Pergunto-lhe. Ela me responde: “Muitas coisas”. Imagino um carrinho, um jogo de play, uma bola – algum brinquedo, afinal, é uma criança. Até ela me responder que vai encher a geladeira. Não, ela não pretende comprar brinquedos, ela quer ter o que comer. Surgem as lágrimas que, lógico, não deixo que caiam, escondem-se atrás dos óculos de sol. Não poderia derramá-las, pois, ela – a criança - me faria muitas perguntas as quais eu não conseguiria responder, talvez a avó as soubesse. Vergonha e pena são dois sentimentos ruins de sentir até por que não se sabe como se livrar deles. Foi o que senti. Essa criança, criada pela avó, tem mais dois irmãos e uma mãe viúva, o pai foi assassinado por estar envolvido com drogas. O tio está preso por usar crack e a avó, quem cuida dela e a quem ela chama de mãe, tenta sobreviver em meio a tanta tragédia familiar. E nós, mães, quando vemos crianças sempre nos lembramos de nossas que, felizmente, têm quase tudo que esta não tem. É fato, nossas crianças em geral estão desassistidas. Uma grande quantidade de “sem” fazem parte de suas vidas. Em uma inversão de valores significativa, presenciamos uma sociedade que cuida mais dos velhos do que dos novos. Muitas dessas crianças não envelhecerão se não fizermos nada por elas. Ficam ora na rua, ora na frente da tevê, pouco espaço sobra-lhes para a escola, lugar também pouco interessante para elas. Lá elas descobrem o que é a exclusão social e a lista de “sem” só aumenta. Impossível vislumbrar um futuro melhor para este país com crianças sendo maltratadas. Quem não as vê vendendo balas, dormindo nas ruas, fora da escola, como os pequenos tupi-guaranis que enfeitam as ruas de Florianópolis? Por ali todos passam e não os enxergam, poucos até compram seus artesanatos. Resolve oferecer cotas para esta parcela da população que nem na escola básica permanece? Como atrair nossos pequenos e mantê-los na escola? Como mostrar-lhes um caminho digno e justo se nem na geladeira comida tem?Sei que minhas lágrimas pouco lhes servem, o dinheiro lhes é muito mais útil. Mas às crianças não cabe a preocupação de encher a geladeira. Essa responsabilidade, definitivamente, não é delas.
Com base na leitura do texto “Lágrimas pouco importam”, procure distinguir fatos de opiniões. O gênero desse texto possui como uma de suas características esse aspecto. Assim, leia a seguir as passagens e assinale a alternativa que possui crítica e/ou juízo de valor.
a) Ela senta-se a minha frente e diz que continuará tentando vendê-los.
b) O garoto esfrega os panos no rosto; coloca-os na cabeça; não sabe o que fazer para chamar minha atenção, sempre com um sorriso estampado no rosto.
c) Pago a criança que diz para a avó que aquele dinheiro é dela, pois tem muito o que comprar.
d) Vergonha e pena são dois sentimentos ruins de se sentir até por que não se sabe como se livrar deles.
e) Essa criança, criada pela avó, tem mais dois irmãos e uma mãe viúva, o pai foi assassinado por estar envolvido com drogas.
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