Português, perguntado por emanuelebazotti, 10 meses atrás

Me ajudem, preciso resumir um conto, pode ser qualquer um. Minha professora sugeriu estes: 1.O moço do saxofone (Lygia Fagundes Telles) 2. Feliz aniversário (Clarice Lispector) 3. O homem nu (Fernando Sabino) 4. O vampiro de Curitiba (Dalton Trevisan) 5. A mulher do vizinho (Fernando Sabino) 6. Uma galinha (Clarice Lispector) 7. Menina (Ivan Angelo) 8. A caçada (Lygia Fagundes Telles) 9. O burguês e o crime (Carlos Heitor Cony) 10. Uma vela para Dario (Dalton Trevisan) 11. Passeio noturno – Parte i e II (Rubem Fonseca) 12. A morte de D.J. em Paris (Roberto Drummond) 13. Aí pelas três da tarde (Raduan Nassar) 14. Felicidade clandestina (Clarice Lispector) 15. O elo partido (Otto Lara Resende)

Soluções para a tarefa

Respondido por ManuellaRibeiro12
1

Texto- Uma galinha

Texto resumido:

Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra.

Nunca se adivinharia nela um anseio. Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vôo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça.

Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. A galinha é um ser. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista.

Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. Em seguida carregada em triunfo por uma asa através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos.

De pura afobação a galinha pôs um ovo. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, não era nada, era uma galinha. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha.

Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para a cozinha. Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente.

Embora nem nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse.


emanuelebazotti: Oii, este texto é de Clarice Lispector?
ManuellaRibeiro12: sim, mas resumidp
emanuelebazotti: Oii, você pode me ajudar em outra coisa?
Perguntas interessantes