ME AJUDEM! PRECISO PRA HOJEEE! no texto,o narrador nao é personagem da historia.reescreva a historia,porem com a moça tecelã sendo a narradora.a historia sera recontada a partir da visao da personagem. voce pode acrescentar alguns detalhes como sentimentos que a moça tecelã estava sentindo,pensamentos e etc.{eu nao vou por o texto A moça tecelã aqui porque é muita coisa e nao da pra por tudo,se voce pesquisar o texto voce acha]OBRIGADA!ESTOU PEDINDO BASICAMENTE QUE VOCE REESCREVA O TEXTO A MOÇA TECELÃ,MAS COMO SE A MOÇA TECELÃ FOSSE A NARRADORA DA HISTORIA! GENTE ME ENTENDAM NAO VOU POR TEXTO PQ É MUITO GRANDE SE VCS PESQUISAREM O TEXTO VAO ACHAR!OBRIGADA!
Soluções para a tarefa
Resposta:
Acordei ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentei-me ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que eu ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, eu colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentar-me à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava-me tecer com meus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, eu passava os dias.
Nada me faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se minha sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila.
Tecer era tudo o que eu fazia. Tecer era tudo o que eu queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, trouxe-me o tempo em que me senti sozinha, e pela primeira vez pensei em como seria bom ter um marido ao lado.
Não esperei o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, comecei a entremear no tapete as lãs e as cores que me daria companhia. E aos poucos meu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisei abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em minha vida.
Aquela noite, deitada no ombro dele, pensei nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a minha felicidade.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se meu marido tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o meu poder de tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que poderia ter.
— Uma casa melhor é necessária — disse para mim. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.
— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou-me. Sem querer resposta imediatamente me ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhei tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e eu não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e eu não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batia os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
— É para que ninguém saiba do tapete — ele me disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu-me: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso tecia os caprichos dele, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que eu fazia. Tecer era tudo o que eu queria fazer.
E tecendo, trouxe-me o tempo em que minha tristeza pareceu maior que o palácio com todos os meus tesouros. E pela primeira vez pensei em como seria bom estar sozinha de novo.
Só esperei anoitecer. Levantei-me enquanto meu marido dormia. E descalça, para não fazer barulho, subi a longa escada da torre, sentei-me ao tear.
Desta vez não precisei escolher linha nenhuma. Segurei a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, comecei a desfazer seu tecido. Desteci os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteci os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente me vi na minha casa pequena, sorri para o jardim além da janela.
A noite acabava quando meu marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Eu já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se eu tivesse ouvido a chegada do sol, escolhi uma linha clara. E fui passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.