Português, perguntado por Caikedias562gmailcom, 1 ano atrás

me ajudem com uma crônica sobre a arte da vida.​

Soluções para a tarefa

Respondido por marianasalles252
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Resposta:

Um dos problemas que enfrentamos em relação à arte hoje é que precisamos entendê-la, mas isso só pode acontecer de um jeito diferente de como a entendíamos em outras épocas. Saber que cada época tem a sua arte, assim como cada tempo e cada espaço, não facilita muita coisa. É preciso levar em conta também a particularidade de cada pessoa que faz arte; daquela pessoa que, profissionalmente ou não, é, de algum modo, artista.

Talvez a arte de tempos anteriores ao período modernista do século XX, seja até hoje evidente como arte para nós. Um quadro de Leonardo da Vinci, para citar um italiano muito conhecido e cuja obra ninguém se negaria a chamar de arte, nos oferecia referenciais de compreensão com os quais muitas vezes poderíamos pensar que tínhamos o mundo da arte nas mãos. Com base nesses referenciais entendíamos que a arte era boa se imitava bem a realidade em termos técnicos, se além de tudo, emocionava e, até mesmo, se agradava e, assim, de algum modo, entretinha. A arte da pintura tinha a função de nos iludir sobre a realidade. Depois, com o modernismo, as pessoas aprenderam a muito custo a não “entender” de arte, a aceitar sua ignorância como observadores. Alguns, mais felizes, aceitaram o enlouquecimento das formas. Compreenderam que uma figura como Picasso – para citar outro europeu, bem menos aceito que Da Vinci, mas a seu modo também reconhecido por sua linguagem genial – tinha feito uma revolução estética. Perceber que esta revolução estética é também política e ética já é uma ideia mais difícil de se ter, mas muitos também se deram conta disso.

Por outro lado, para os menos preocupados, a arte passou a ser apenas uma espécie de loucura aceita. Ou um lugar para fazer loucuras sem maiores consequências. Estavam enganados, pois a arte nunca é uma experiência banal para quem a realiza. A loucura da arte sempre foi a mais perigosa, porque ela podia mudar a sensibilidade das pessoas e assim ensinar um outro jeito de ver o mundo. Mudando a visão das coisas, um outro modo de agir no mundo era possível. Diga-se de passagem que um jeito livre de viver a vida e de expressá-la nunca agrada aos que agem como donos de quaisquer poderes.

Levando em conta estes aspectos. O que é a arte hoje? Arte não é apenas expressão, nem só comunicação de uma ideia, nem apenas um problema de qualidade estética de uma obra. Arte, tampouco é uma questão conceitual. Arte é, para nós hoje, muito mais uma questão de experiência estética. Mas o que é isso? Todos nós vivemos experiências estéticas, poucos tem experiência com a arte. Experiência estética é a vida da percepção, das sensações que vão do sentimento diante de um filme até o uso de drogas. O mundo da estética é vasto e nem sempre está povoado de arte. A indústria da cultura, os meios de comunicação de massa que administram a experiência sensível das pessoas em geral, ocupam o espaço onde poderia acontecer o despertar da sensibilidade ao qual podemos dar o nome de arte. Aquilo que chamamos de Indústria Cultural acaba com esta chance de despertar da sensibilidade. E ela consegue isso por uma estranha norma estética: a que decreta a criatividade deturpada da publicidade enquanto as potências da arte são confinadas ao espaço dos especialistas. Diante desse quadro, cabe perguntar, como podemos chegar à arte, quando o sistema econômico e político organizado esteticamente conspira contra ela?


Caikedias562gmailcom: obrigado
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