me ajudem com uma crônica sobre a arte da vida.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Um dos problemas que enfrentamos em relação à arte hoje é que precisamos entendê-la, mas isso só pode acontecer de um jeito diferente de como a entendíamos em outras épocas. Saber que cada época tem a sua arte, assim como cada tempo e cada espaço, não facilita muita coisa. É preciso levar em conta também a particularidade de cada pessoa que faz arte; daquela pessoa que, profissionalmente ou não, é, de algum modo, artista.
Talvez a arte de tempos anteriores ao período modernista do século XX, seja até hoje evidente como arte para nós. Um quadro de Leonardo da Vinci, para citar um italiano muito conhecido e cuja obra ninguém se negaria a chamar de arte, nos oferecia referenciais de compreensão com os quais muitas vezes poderíamos pensar que tínhamos o mundo da arte nas mãos. Com base nesses referenciais entendíamos que a arte era boa se imitava bem a realidade em termos técnicos, se além de tudo, emocionava e, até mesmo, se agradava e, assim, de algum modo, entretinha. A arte da pintura tinha a função de nos iludir sobre a realidade. Depois, com o modernismo, as pessoas aprenderam a muito custo a não “entender” de arte, a aceitar sua ignorância como observadores. Alguns, mais felizes, aceitaram o enlouquecimento das formas. Compreenderam que uma figura como Picasso – para citar outro europeu, bem menos aceito que Da Vinci, mas a seu modo também reconhecido por sua linguagem genial – tinha feito uma revolução estética. Perceber que esta revolução estética é também política e ética já é uma ideia mais difícil de se ter, mas muitos também se deram conta disso.
Por outro lado, para os menos preocupados, a arte passou a ser apenas uma espécie de loucura aceita. Ou um lugar para fazer loucuras sem maiores consequências. Estavam enganados, pois a arte nunca é uma experiência banal para quem a realiza. A loucura da arte sempre foi a mais perigosa, porque ela podia mudar a sensibilidade das pessoas e assim ensinar um outro jeito de ver o mundo. Mudando a visão das coisas, um outro modo de agir no mundo era possível. Diga-se de passagem que um jeito livre de viver a vida e de expressá-la nunca agrada aos que agem como donos de quaisquer poderes.