História, perguntado por FernandaGomex, 7 meses atrás

ME AJUDEEEEEEM Tendo em conta as aulas e o jingle, explique qual era a imagem que Jânio Quadros criou em sua candidatura no ano de 1960, e quais foram suas principais propostas.

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Respondido por sinal0858
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Resposta:

Governo Jânio Quadros

O governo de Jânio Quadros durou pouco mais de seis meses. Nesse período, decisões polêmicas foram tomadas pelo presidente brasileiro. Na economia, Jânio implantou ações de austeridade com o objetivo de conter o aumento da inflação e o endividamento estatal. Para isso, tomou medidas extremamente impopulares: desvalorizou a moeda nacional em 100% e cortou subsídios do trigo e do petróleo, o que causou o aumento drástico dos preços dos produtos relacionados a esses itens.

Essas medidas, apesar de impopulares, pois aumentaram o valor do pão e do combustível em 100%1, foram bem recebidas pelo Fundo Monetário Internacional e Clube de Haia (credores europeus e americanos), que concederam o direito ao governo brasileiro de renegociar a dívida externa, que já era o equivalente a um terço da renda do governo2.

O governo de Jânio Quadros ficou muito notabilizado por algumas decisões incomuns e que também foram bastante impopulares. Jânio emitiu ordens para que fosse proibido o uso de lança-perfume no Carnaval, bem como proibiu o uso de biquínis nas praias do Rio de Janeiro. Jânio também proibiu a realização de corridas de cavalo nos dias úteis e impediu permanentemente a rinha de galos no Brasil. Outra medida incomum tomada pelo presidente que foi destacada pelas historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling foi o uniforme dos funcionários públicos:

[Jânio] Aboliu o uso da gravata no dia a dia do palácio e criou uniforme para o funcionalismo público, no estilo safári, inspirado nos slacks utilizados pelos ingleses na Índia – a ser ver, um traje mais adequado a um país tropical. E, para eliminar dúvidas, mandou publicar os moldes para confecção do vestuário masculino e feminino no Diário Oficial, especificando: “Tecido: Linho nacional. Cor: Bege” – sarcástica, a imprensa apelidou aquilo de pijânio3.

Jânio iniciou uma espécie de devassa moralizadora nos meios administrativos do país e não se dedicou muito em manter saudável sua relação com o partido pelo qual havia sido eleito, a UDN. O resultado disso foi que o governo de Jânio começou a se isolar, uma vez que o presidente começou a perder apoio no Congresso Nacional.

O estopim para a perda de apoio político do presidente foi a implantação de sua política externa independente. O Brasil retomou relações diplomáticas com a União Soviética, com as nações do bloco comunista e os países não alinhados (países não inseridos no conflito entre o bloco comunista e o capitalista). Além disso, as relações com os Estados Unidos foram redefinidas. Essa postura desagradou profundamente ao partido de Jânio (UDN), pois isso foi entendido como uma guinada à esquerda do presidente.

O ato que enterrou de vez a popularidade de Jânio com a UDN aconteceu em 19 de agosto de 1961, quando o presidente resolveu condecorar Che Guevara, um dos grandes nomes da Revolução Cubana, com a Grã-Cruz da Ordem do Cruzeiro do Sul, a maior honraria que o Brasil concede para estrangeiros.

O objetivo de Jânio era estreitar relações com Cuba para ampliar acordos comerciais com a nação caribenha e, assim, estreitar os laços comerciais com as nações do bloco comunista. Essa medida enfureceu a UDN, e Carlos Lacerda iniciou ataques inflamados contra o presidente.

Poucos dias depois, em 25 de agosto, Jânio comunicou seus ministros de que estava abandonando o cargo de presidente do Brasil. Essa ação de Jânio gerou amplo debate entre os historiadores. Há certo consenso de que o objetivo de Jânio era realizar um autogolpe, ou seja, a ideia de Jânio era de que a sua saída gerasse uma comoção nacional que exigisse o retorno de Jânio ao cargo de presidente com poderes ilimitados, ou seja, sem o Congresso para incomodá-lo.

A renúncia de Jânio Quadros deu início a uma crise política intensa, uma vez que os militares recusaram-se a aceitar a posse do vice, João Goulart. Criou-se uma campanha legalista liderada por Leonel Brizola, que passou a formar um grupo armado pela defesa da posse de João Goulart. A posse de Jango acabou acontecendo oficialmente no dia 7 de setembro de 1961, após um acordo que permitiu a posse de Jango sob um regime parlamentarista.

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