Manifesto da poesia pau-brasil (fragmento) Lançado por Oswald de Andrade, no Correio da Manhã, em 18 de março de 1924.
Houve um fenômeno de democratização estética nas cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o naturalismo. Copiar. Quadro de carneiros que não fosse lã mesmo não prestava. A interpretação do dicionário oral das Escolas de Belas-Artes queria dizer reproduzir igualzinho... Veio a pirogravura. As meninas de todos os lares ficaram artistas. Apareceu a máquina fotográfica. E com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de olho virado – o artista fotógrafo.
Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de folhinha na parede. Todas as meninas ficaram pianistas. Surgiu o piano de manivela, o piano de patas. A Playela. E a ironia eslava compôs para a Playela. Stravinski.
A estatuária andou atrás. As procissões saíram novinhas das fábricas.
Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano. (...)
Nossa época anuncia a volta ao sentido puro.
Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes sob a luz.
A poesia pau-brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
2. Duas características da poesia modernista que aparecem sugeridas no último parágrafo do Manifesto da poesia pau-brasil são: *
A) valorização dos encontros familiares e enaltecimento da natureza.
B) incorporação da temática cotidiana e enfoque no presente.
C) citação jornalística da realidade e reprodução do noticiário histórico.
D) aproveitamento do elemento musical e retrato de cenas familiares.
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Resposta:A resposta correta é:
Letra "C"
citação jornalística da realidade e reprodução do noticiário histórico.
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