Leia o trecho de texto a seguir:
Um balanço, um mapa, da teoria literária seria, entretanto, concebível? E de que forma? Não seria essa um projeto abortado se, como afirma Paul de Man, ‘o principal interesse teórico da teoria literária consiste na impossibilidade de sua definição’? A teoria não poderia, então, ser apreendida senão graças a uma teoria negativa, segundo o modelo desse Deus escondido do qual somente uma teologia negativa pode falar. Isso significa situar o horizonte alto demais, ou longe demais as afinidades, aliás reais, entre teoria literária e o niilismo. A teoria não pode se reduzir a uma técnica nem a uma pedagogia – ela vende sua alma nos vade-mécum de capas coloridas expostos nas vitrinas das livrarias de Quartier Latin –, mas isso não é motivo para fazer dela uma metafísica nem uma mística. Não a tratemos como uma religião. A teoria literária não teria senão um ‘interesse teórico’? Não, se estou certo ao sugerir que ela é também, talvez essencialmente, crítica, opositiva ou polêmica. Porque não é do lado teórico ou teológico, nem do lado prático ou pedagógico, que a teoria me parece principalmente interessante e autêntica, mas pelo combate feroz e vivificante que empreende contra as ideias preconcebidas dos estudos literários, e pela resistência igualmente determinada que as ideias preconcebidas lhe opõem.
(COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Tradução de Cleonice Paes Barreto Mourão, Consuelo Fortes Santiago. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001, p. 15 - 16)
O autor expõe suas opiniões sobre o posicionamento da teoria literária, tendo isso em mente considere se as afirmações a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) A teoria tem seu principal mérito em ser, por natureza, múltipla e isso configura a impossibilidade de se fechar em um conceito uno e acabado.
( ) A teoria não pode ser quantificada e qualificada simplesmente em função de sua possível aplicabilidade, segundo o autor, ela tem, em seu âmago, o caráter abstrato e não o prático.
( ) Toda teoria literária é niilista por natureza, pois não diz respeito ao fazer literário, seu interesse é somente em si mesma.
( ) A riqueza da teoria literária reside em sua capacidade de modificar-se em função de seus questionamentos face àquilo que lhe precede e é preestabelecido.
( ) A única função da teoria literária é questionar tudo aquilo que é preconcebido no campo das ideias. Seu objetivo e desmascarar os falsos métodos já existentes.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Alternativas:
a) V - V - F - V - V
b) V - V - F - F- F
c) V - V - F - V - F
d) F - V - V - V - F
e) V - F - F - V - F
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