Leia o trecho abaixo do romance Os maias de Eça de Queirós:
Fora um dia de Inverno suave e luminoso, as duas janelas estavam ainda abertas. Sobre o rio, no céu largo, a tarde morria, sem uma aragem, numa paz elísia, com nuvenzinhas muito altas, paradas, tocadas de cor de rosa; as terras, os longes da outra banda já se iam afogando num vapor aveludado, do tom de violeta; a água jazia lisa e luzidia como uma bela chapa de aço novo; e aqui e além, pelo vasto ancoradouro, grossos navios de carga, longos paquetes estrangeiros, dois couraçados ingleses, dormiam, com as mastreações imóveis, como tomados de preguiça, cedendo ao afago do clima doce…
—Vimos agora lá em baixo—disse Craft indo sentar se no divã—uma esplêndida mulher, com uma esplêndida cadelinha griffon, e servida por um esplêndido preto!
O sr. Dâmaso Salcede, que não despregava os olhos de Carlos, acudiu:
—Bem sei! Os Castro Gomes… Conheço os muito… Vim com eles de Bordéus… Uma gente muito chique que vive em Paris.
Carlos voltou se, reparou mais nele, perguntou lhe, afável e interessando se:
—O sr. Salcede chegou agora de Bordéus?
Estas palavras pareceram deleitar Dâmaso como um favor celeste: ergueu se imediatamente, aproximou se do Maia, banhado num sorriso [...]
“O sr. Salcede chegou agora de Bordéus?’’ Esta pergunta de Carlos não lhe parece ter como fim o mudar o ramo à conversa? Em que medida é que este facto é abonatório da elegância de maneiras de Carlos?
Soluções para a tarefa
Respondido por
0
A pergunta feita por Carlos parece ter como objetivo mudar o rumo da conversa, o que demonstra a elegância e boas maneiras sobre ele, visto que não foi necessário formalmente interromper o assunto, bastando mudar naturalmente o assunto.
Aparentemente Carlos não queria saber sobre fofocas relativas àquelas pessoas as quais o sr. Salcede se referia, por isso perguntou-lhe sobre a estadia do mesmo em Bordéus.
Abraços!
Perguntas interessantes