Leia o texto de Engels que segue e, depois, as formulações das partes I e II. Na sequência, identifique a única alternativa correta.
Por fim, construa um texto que justifique a alternativa escolhida por você.
“A concepção materialista da história parte da tese de que a produção, e depois da produção, o intercâmbio dos seus produtos, constitui o fundamento de todo regime social, que em toda sociedade que aparece na história, a repartição dos produtos e, com ela, a articulação social em classes ou em ordens se regula sobre o que é produzido e sobre como é produzido e como são intercambiadas as coisas produzidas. Em consequência não é na cabeça dos homens, na sua compreensão crescente da verdade e da justiça eternas, mas nas modificações do modo de produção e de intercâmbio que é necessário procurar as causas últimas de todas as modificações sociais e de todas as revoltas políticas; é necessário procurar não na filosofia, mas na economia da época.”(ENGELS, Friedrich. Anti-Düring. Paris: Éditions Sociales, 1963, p.307)
PARTE I
A parte em destaque do texto de Engels, companheiro de Marx na formulação do Materialismo Histórico, reflete a compreensão de ambos de que as sociedades humanas devem ser compreendidas como o conjunto articulado de estruturas, que tem a estrutura econômica como a determinante em ultima instância das demais,
Por isso,
PARTE II
Engels afirma que não é na filosofia que se deve buscar as determinações sociais, mas nas relações sociais de produção que constituem os humanos e das quais derivam as demais estruturas: a estrutura jurídico-política e a estrutura ideológica.
Assinale a única alternativa correta sobre a relação entre as partes I e II:
Escolha uma:
a. a PARTE I está teoricamente equivocada e fora da formulação conceitual proposta por Marx e Engels, o que faz da PARTE II um equívoco decorrente dessa imprecisão inicial.
b. a PARTE I reflete a correta interpretação dos pressupostos teóricos do texto de Engels, mas a PARTE II é equivocada, visto que despreza o campo próprio das ideias e do conhecimento (a filosofia e a ciência) como fundamentais nas determinações sociais.
c. as PARTES I e II são redundantes e tautológicas, visto que tratam da mesma temática e chegam a conclusões exatamente idênticas, mas ambas equivocadas de acordo com o texto de Engels.
d. a PARTE I e a PARTE II completam-se conceitualmente, visto que na segunda temos a conclusão óbvia de que a determinação em última instância pelo econômico demarca este campo como determinante das demais relações.
Soluções para a tarefa
Sobre Marx e Engels:
a. a PARTE I está teoricamente equivocada e fora da formulação conceitual proposta por Marx e Engels, o que faz da PARTE II um equívoco decorrente dessa imprecisão inicial.
Marx afirma que a estrutura econômica da sociedade, constituída de suas relações de produção, é a verdadeira base da sociedade: é o alicerce “sobre o qual se ergue a superestrutura jurídica e política e ao qual correspondem formas definidas de consciência social”.
Por outro lado, as relações de produção da sociedade “correspondem a uma determinada fase do desenvolvimento das suas forças produtivas materiais”. Dessa maneira, “o modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e espiritual em geral”
Segundo Marx e Engels, para que os homens mantenham-se vivos é necessário que produzam os bens necessários à sua sobrevivência. Em outras palavras, antes dos homens serem críticos, artistas, políticos, eles precisam conseguir os alimentos e outros produtos necessários à manutenção de suas vidas.
O materialismo histórico de Marx, reconhece que as sociedades organizam-se para a produção dos bens essenciais à sobrevivência dos indivíduos e ressalta que a forma de organização social da produção, distribuição e troca dos produtos influencia preponderantemente toda a ordem social vigente.
O método materialista histórico em Engels, está em que toda ordem social é determinada, em uma relação dialética, pelo modo de organização da sociedade para a produção em determinada época, Isto é, a ordem social é determinada em uma relação dialética pelo modo de produção vigente e afirma-se que o modo de produção determina a ordem social.
Bons estudos!