Leia o texto atentamente.
MEU TELEFONE
Dos presentes que o meu filho ganhou até hoje, me comove especialmente o mimo
dado pelo poeta Hermínio Bello de Carvalho: um pião de madeira e várias bolas de
gude. Guardo os brinquedos como relíquias que o moleque haverá de reverenciar ─
depois de brincar muito ─ um dia. Ou será que ele desprezará, solenemente, o
piãozinho cheio de poesias?
Andei pensando especialmente no presente do poeta depois de ler, dia desses, que
existe, mesmo em tempos de crise, forte expectativa do comércio em relação às
vendas, no período de Natal, de celulares e iPads para crianças. A oferta de aplicativos
para o mundo infantil já é enorme, havendo mesmo aplicativos para quem queira soltar
pipas virtuais e pular amarelinha sem sair do sofá. Lendo isso me lembrei do meu
telefone. Era uma simples lata vazia com um furo e um barbante que, amarrado em
outra lata, permitia a comunicação entre a criançada. Na falta da lata, é bom ressaltar,
que qualquer pote de iogurte, daqueles de plantar feijão no algodão, servia. Matuto, portanto, sobre as crianças enlouquecidas com seus aparelhinhos e
dezenas de aplicativos, e constato o seguinte: qualquer criança já está devidamente
conectada; manda mensagens pelo celular , passa o dia olhando as telas de aparelhos.
É , enfim, pingo de gente antenada com o mundo.
Na correria atual, em que milhares de pais e mães acorrentadas pela dureza do
trabalho terceirizam a criação dos filhos, quem vai ensinar o jogo de bola de gude?
Entendo cada vez menos desses tempos de delicadezas perdidas. Não sou
propriamente um pessimista e acredito nas reivindicações de mundo dos miudinhos e
nas artimanhas dos modos de brincar. Só confesso que me bateu uma alegria quase
triste quando me lembrei do meu telefone de lata. Funcionava que era uma beleza e eu
me comunicava bem à beça
1. Agora que você já relembrou as características da crônica, explique o porquê do texto
Meu telefone ser enquadrado nesse gênero textual.
Resposta:
2. O título é uma síntese do texto e sua função estratégica é atrair a atenção do leitor
para o tema. A partir da leitura da crônica Meu telefone, crie um novo título para ela.
Resposta:
3. “[...] quem vai ensinar o jogo de bola de gude?” Releia o penúltimo parágrafo do
texto e explique esse questionamento feito pelo cronista
Resposta:
4. Releia o 1º parágrafo. Justifique o uso dos travessões nas linhas 3 e 4.
5. O que seriam as “delicadezas perdidas “ a que o cronista se refere na linha 20?
6. Releia o trecho: “Andei pensando especialmente no presente do poeta depois de
ler, dia desses, que existe, mesmo em tempos de crise, forte expectativa do
comércio em relação às vendas, no período de Natal, de celulares e iPads para
crianças”. O que fez com que o cronista se lembrasse de seu telefone de lata?
Soluções para a tarefa
1) Ao todo, por tratar-se de um acontecimento do cotidiano, por tratar-se de algo verídico, não foi um conto de fadas e nem uma fantasia, foi algo real, e também algo dessa nova era.
2) Vagarosas Memórias.
3) O cronista quis abordar que, quem hoje tem o 'tempo' de ensinar a uma criança a brincar de bolinha de gude? quem nos dias de hoje toma a iniciativa de fazer a criança ser saudavelmente feliz como antes se via sem precisão de celular?
4) Foi utilizado para dá ênfase ao fato seguinte. (p.s: não tenho certeza realmente se a resposta é essa, porém acredito nessa resposta.)
5) Para mim, o cronista refere-se as coisas que atualmente não são mais como as passadas, se refere a nova maneira de criação das crianças, se refere a indelicadeza dos detalhes que agora é comum, mas que antes cada detalhe constava alguma coisa.
6) O uso massivo atual de compras de Ipads, celular e disponibilidade digital para os pingos de gente.