Leia o texto a seguir para responder a questão.
Não tem jeito mesmo...
“Trinta palavras no máximo; não há espaço para mais”, disse o chefe da redação ao jornalista. Por isso, a matéria que apareceu no jornal foi:
Uma mulher escorregou numa casca de banana, numa faixa de pedestres da Bahnhofstrasse. Foi imediatamente transportada para a clínica da universidade, onde foi diagnosticada uma perna quebrada.
A primeira reação surgiu imediatamente numa carta registrada em que um importador de bananas escrevia: “Protestamos veementemente contra o descrédito dado ao nosso produto. Considerando que, nos últimos meses, vocês publicaram pelo menos 14 comentários negativos sobre países produtores de bananas, não podemos deixar de inferir uma intenção de difamação deliberada de sua parte”.
Por sua vez, o diretor da clínica da universidade também se pronunciou, alegando que a expressão “foi transportada” poderia significar “o transporte de seres humanos como se se tratasse de carga”, o que contrariava totalmente os hábitos de seu hospital. “Além disso”, salientou, “posso provar que a fratura da perna resultou da queda e não, como foi sugerido com intenção malévola, do transporte para o hospital”.
Para finalizar, um membro do Departamento Municipal de Engenharia Civil telefonou, informando ao jornal que a causa do tombo não deveria ser atribuída ao estado da faixa de pedestres. Além disso, como o Comitê de Defesa das Faixas para Pedestres estava prestes a concluir seu relatório, após seis anos de trabalho, perguntava se era possível – para evitar prováveis consequências políticas – não fazer qualquer alusão a tais passagens nos próximos meses.
A notícia foi revista e, na manhã seguinte, apareceu com o seguinte texto: Uma mulher caiu na rua e quebrou a perna.
No dia seguinte, os editores receberam apenas duas cartas a respeito. Uma, indignada, era da Associação Não-Lucrativa dos Direitos das Mulheres, cuja porta-voz repudiava “vivamente e em definitivo” o texto discriminatório uma mulher caiu, o qual evocava uma associação infeliz com “mulheres caídas” e constituía uma prova de que “mais uma vez, neste mundo dominado pelo homem, a imagem da mulher estava sendo manipulada da maneira mais pérfida e chauvinista”. A carta ameaçava com um processo judicial, boicote e outras medidas.
A outra reação veio de um leitor que cancelava sua assinatura, alegando o número cada vez maior de notícias triviais e sem interesse.
(Bruno Gideon)
1. Assinale a alternativa CORRETA:
a. Um dos princípios necessários para a comunicação é a cooperação, ou seja, o esforço por parte dos envolvidos para que ela seja bem sucedida. Os leitores da notícia foram bastante cooperativos, pois encontraram diversas interpretações.
b. As diferentes interpretações – do importador de bananas, do diretor da clínica e do membro do Departamento Municipal de Engenharia Civil - foram de responsabilidade do jornalista.
c. A comicidade do texto “Não tem jeito mesmo...” decorre das interpretações inesperadas a partir de uma notícia de poucas palavras.
d. Dentre as três leituras da primeira versão da notícia, a do diretor da clínica universitária é a única sensata, pois a notícia não deixa claro onde a mulher quebrou a perna.
Soluções para a tarefa
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Opçao certa é a letra c
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A letra c)
e a opção
certa
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