Leia o texto a seguir.
Para nós, contemporâneos, a hereditariedade é um fato facilmente de ser percebido e também explicado: basta observar a semelhança entre pais e filhos, ou mesmo entre irmãos; e se lembrar de algumas aulas de Ciências e Biologia.
Entretanto, há alguns milênios, os antigos ainda não conheciam tais mecanismos, e se preocupavam em buscar explicações para tal. A pangênese, por exemplo, foi uma hipótese proposta pelo filósofo grego Hipócrates, aproximadamente 410 anos a.C.. Segundo ela, cada órgão do corpo produziria um material hereditário específico: as gêmulas. Estas se agregariam, e tal conjunto seria, então, encaminhado ao sêmen, transmitindo as características paternas ao futuro filho. Foi este mesmo filósofo o precursor da teoria dos caracteres adquiridos, futuramente adotado por Lamarck.
A pangênese foi aceita por muitos anos, sendo, inclusive, considerada por Darwin ao escrever sua famosa obra.
Décadas depois, Aristóteles propôs que tanto pai quanto mãe eram responsáveis pela liberação de material genético para as novas gerações, pela mistura de sangues: o sêmen (purificado) e sangue menstrual feminino.
Finalmente, em 1667, Leeuwenhoek descobriu a presença do espermatozoide no sêmen, associando ele à formação dos seres vivos. Apesar de muitos contatarem esta ideia, outra corrente de pesquisadores conseguiu até mesmo visualizar pequenos seres no interior de cada espermatozoide: hipótese pré-formista.
Entretanto, foi somente no século XIX, com avanços na área da microscopia, que percebeu-se que óvulos e espermatozoides, fecundados, davam origem a novos indivíduos. Mais tarde, o monge Gregor Mendel foi capaz de reconhecer a segregação independente; propiciando o surgimento da Genética moderna e a consolidação da teoria cromossômica da herança.
A partir da década de 40, novas descobertas foram feitas: a influência do DNA como responsável pela transmissão de caracteres hereditários e sua dupla hélice; o código genético; e a capacidade de se isolar e transplantar genes.
1. Baseados no texto e nos conteúdos abordados em sala opinem porque as teorias da pangênese e pré-formismo não podem ser verdadeiras em relação a transmissão de características.
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Resposta:
A pangênese não pode ser cientificamente aceita pois, os caracteres adquiridos por um indivíduo ao longo se sua vida (fenótipo) não é transmitido aos seus descendentes, mas sim seu gene. Se uma mulher tiver o cabelo preto e pintá-lo de loiro, seu filho não nascerá de cabelo loiro. Da mesma forma o pré-formismo vai contra os princípios genéticos, uma vez que um indivíduo proveniente unicamente do espermatozóide possuiria apenas genes paternos, enquanto que na realidade, possui genes de ambos os progenitores.
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