Português, perguntado por carlosdaniella97, 7 meses atrás

Leia o texto a seguir e responda aos itens de 01 a 06.


Aprenda a chamar a polícia

Luis Fernando Veríssimo

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas
notei que havia alguém andando sorrateiramente no
quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei
acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora,
até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa era muito segura, com grades nas
janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito
preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um
ladrão ali, espiando tranquilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a
situação e o meu endereço.
Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se
já estava no interior da casa. Esclareci que não e
disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto
para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que
fosse possível.
Um minuto depois, liguei de novo e disse com a
voz calma:
— Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no
meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o
ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho
guardada em casa para estas situações. O tiro fez um
estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na
minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma
unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos
direitos humanos, que não perderiam isso por nada
neste mundo.
Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava
olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele
estivesse pensando que aquela era a casa do
Comandante da Polícia.
No meio do tumulto, um tenente se aproximou de
mim e disse:
— Pensei que tivesse dito que tinha matado o
ladrão.
Eu respondi:
— Pensei que tivesse dito que não havia ninguém
disponível.

1. O autor, ao perceber a presença do ladrão, demonstra *

(A) tristeza.

(B) alegria.

(C) raiva.

(D) indignação.

(E) inquietação.

2. Na oração “Eles prenderam o ladrão em flagrante, a palavra destacada significa: *

(A) o local onde foi preso o ladrão.

(B) a forma que tiraram a fotografia.

(C) o momento próximo ao delito.

(D) uma coincidência com o jornal.

(E) o horário de a polícia trabalhar.

3. O texto de Luis Fernando Veríssimo é considerado uma crônica, pois *

(A) tem fatos narrados, com tempo sequencial e psicológico

(B) descreve os personagens e suas características.

(C) informa aos leitores fatos da vida de uma família.

(D) narra um fato do cotidiano urbano de forma objetiva

(E) descreve como deve ser o procedimento policial.

4. Qual é a figura de linguagem que o autor utiliza ao omitir o pronome pessoal em quase todo primeiro parágrafo? *

(A) Metáfora

(B) Elipse

(C) Pleonasmo

(D) Antítese

(E) Hipérbole

5. “O tiro fez um estrago danado no cara!” Para chamar a atenção da polícia, o personagem usou uma figura de linguagem, a hipérbole, com a intenção de *

(A) exagerar o fato narrado.

(B) amenizar a situação narrada.

(C) sugerir a sensação relatada.

(D) anular a ideia narrada.

(E) comparar a situação relatada.

6. Nos trechos “Pensei que tivesse dito que tinhamatado o ladrão”/ “Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível”, o autor do texto emprega uma figura de linguagem que *

(A) abranda a situação, utilizando um eufemismo.

(B) usa uma palavra fora do sentido semântico.

(C) estabelece uma comparação.

(D) cria uma situação de contradição.

(E) suprime um termo (o sujeito).​

Soluções para a tarefa

Respondido por flaviasampaiogc
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Resposta:

A alternativa correta é a letra (C).

Letra C: apresenta, de forma irônica, um fato contraditório que é a falta de polícia para prender bandidos e o excesso de policiais para prender um cidadão por ele supostamente ter matado um ladrão.

Porque, com base no texto, a pessoa teve que inventar uma outra história para chamar a atenção da polícia e fazer com que esta organização de segurança pública fosse até a residência que estava sendo roubada.

De um lado, ficou claro que o relato verídico da situação (roubo) não chamou a atenção da polícia. Isso ficou claro com a informação de que não havia viatura disponível para a ocorrência.

Por outro lado, o relato inventado - de que o dono da casa tinha matado o ladrão - chamou a atenção da polícia, da imprensa (TV) e dos grupos de defesa dos Direitos Humanos.

Espero ter ajudado!

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