Leia o soneto abaixo para responder à questão a seguir:
Antes da confissão
Eu que faço? que sei? que vou buscando?
Conto, lugar, ou tempo a esta fraqueza?
Tenho eu mais que acusar, por mais firmeza,
Toda a vida, sem mais como, nem quando?
Se cuidando, Senhor, falando, obrando,
Te ofenda a minha ingrata natureza,
Nascer, viver, morrer, tudo é torpeza.
Donde vou? donde venho? donde ando?
Tudo é culpa, ó bom Deus! Não uma e uma
Descubro ante os teus olhos. Toda a vida
Se conte por delito e por ofensa.
Mas que fora de nós, se esta, se alguma,
Fora mais que uma gota, a ser medida
Co largo mar de tua graça imensa?
D. Francisco Manuel de Melo
Sobre o soneto acima é correto afirmar que:
Escolha uma:
a. O poema é um exemplo evidente da vertente cultista da literatura da época
b. O poema revela a placidez de quem acredita na “graça imensa” de Deus.
c. O eu-lírico utiliza o recurso das perguntas para mostrar seu desejo de imergir na “graça imensa” de Deus.
d. O poema revela total ceticismo com relação à espécie humana.
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